Quase que diariamente os jornais relatam casos de feminicídio. Na
Bahia, mais de 32 mil registros de violência doméstica estão tramitando
no Tribunal de Justiça do estado. Esse número ratifica a necessidade do
cuidado psicológico com as mulheres que saem traumatizadas dessas
experiências.
Segundo o ditado, em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.
Mas, atualmente, as discussões têm tomado grandes proporções, sendo
necessária a intervenção de terceiros. A psicóloga do Hapvida Saúde,
Elaine Silva, destaca que nos casos de violação emocional há uma
dificuldade na sua descoberta. “Ela (a violência doméstica) também é
considerada uma grave violação dos direitos humanos, e que produz sérios
reflexos para saúde mental e física, já que costuma ser naturalizada, e
por conta disso, costuma preceder as demais formas de violência”,
explica.
Isolamento, mudanças de vestes, pouca emissão de opinião. Estes são
alguns dos sinais que podem demonstrar a situação de violência que a
mulher pode estar passando. A terapia em grupo é uma das opções para
aquelas que ainda estão desconfortáveis para falar sobre a situação.
Elaine conta que nesses espaços as vitimas podem conhecer as histórias
de outras mulheres e isso faz com que elas se fortaleçam através das
experiências de terceiras. “Durante o processo, elas acabam elaborando
recursos para sair da situação de violência doméstica”, frisa.
O PONTAPÉ INICIAL
O sinal vermelho que antecede o início da terapia é caracterizado
pelo desconforto e quando a vítima reconhece estar em uma situação de
sofrimento. “Quando a mulher não tem mais controle sobre sua vida, o
processo terapêutico é o que vai ajudá-la a ir elaborando essas questões
e ir entendendo o que está acontecendo. A busca pela terapia é isso,
quando a mulher começa a sentir tristeza, raiva, incertezas e
inseguranças”, elucida a especialista.
De acordo com Elaine, a psicoterapia tem o papel de acolher, orientar
e trabalhar a auto-estima no resgate da autonomia da vítima, de maneira
que ela reconheça a violência como algo fora do padrão normal de
relacionamento. BN
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