Jacobina acordou na manhã desta terça-feira (2), debaixo d'água. Conforme informações meteorológicas em algumas áreas da cidade o índice pluviométrico chegou a quase 200 mm, mais do que a média histórica mensal que é de pouco menos de 90 mm.
A chuva aconteceu entre o início da madrugada e o amanhecer. Muito forte e volumosa provocou transbordamento de rio e graves alagamentos. No bairro do Leader, local mais afetado, as águas do Rio do Ouro invadiram residências, derrubaram ponte e cais em vários trechos do seu leito. Um veículo chegou a ser arrastado, mas não foram registrados ocorrências com vítimas.
A cachoeira conhecida como Riacho do Judeu, localizada em uma das serras do bairro do Leader e que se forma em todos os períodos de chuvas, repetiu os estragos ocorridos em outros momentos. A forte correnteza formada na parte de baixo da queda d´água levou tudo que encontrava pela frente, danificando pavimentações e invadindo residências, principalmente nas ruas São Judas Tadeus e parte da Cônego Samambaia. Os moradores reclamam da falta de uma galeria pluvial para facilitar o escoamento das águas das chuvas. “Toda chuva forte é assim, algum estrago é certo. Graças a Deus temos sofrido apenas prejuízos materiais. É a segunda vez que vou precisar trocar meu sofá e alguns móveis. Espero que não se espere morrer alguma pessoa para se tomar providências”, disse uma moradora que teve sua casa invadida mais uma vez pela água da cachoeira.
Galeria pluvial - A galeria pluvial é um sistema que passa despercebido pelos olhos da população, a rede de drenagem pluvial urbana desempenha papel fundamental para o bom funcionamento da cidade, principalmente em períodos com grandes quantidades de chuvas. Minimizar os problemas, como enchentes e deslizamentos de encostas – causados pelo excesso no nível de circulação da água – é a principal função do sistema. Mas, é sabido que muitos governos não aplicam os recursos necessários em drenagem, por serem obras que ficam enterradas e não trazem dividendos políticos.
Em Jacobina, a última grande obra de drenagem ocorreu durante o mandato do prefeito Carlito Daltro, quando foi construída a galeria pluvial da rua da Saudade, próximo ao cemitério da cidade, até o rio Itapicuru, onde existe também, construídas pelo mesmo gestor, duas galerias ladeando o seu leito, talvez as maiores já construídas em toda a região.
Abandono - A falta de cuidado com os principais rios do município (do Ouro e Itapicuru) é um problema visivelmente percebido pela população; o que tem contribuído para o aumento dos estragos após os temporais. Em diversas imagens postadas em redes sociais na manhã desta terça-feira, é possível ver a grande quantidade de capim e outras vegetações presas em colunas de pontes e outras construções no leito do rio do Ouro, formando uma espécie de barreira para a passagem das águas. Impedida de percorrer seu curso natural a água tende a procurar outros atalhos e, consequentemente, enchentes provocam os prejuízos já conhecidos. A falta de capina indica sempre uma ‘tragédia anunciada”.
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