Bolsonaro diz que manifestantes serviram de massa de manobra de movimento 'Lula Livre'

Bolsonaro diz que manifestantes serviram de massa de manobra de movimento 'Lula Livre'

Depois de ter chamado manifestantes de "idiotas úteis" e "imbecis" na quarta-feira (15), ao desembarcar nos EUA, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar os que foram às ruas contra o anúncio de bloqueio de recursos na Educação nesta sexta (17).

Pelas redes sociais, o presidente disse que manifestantes que não sabiam de cortes feitos pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e foram às ruas com bandeiras de "Lula livre" foram usados "como massa de manobra". "Dilma cortou 10 bilhões da Educação e doou 50 bilhões para países amigos (algumas ditaduras). Quem participou dessa última manifestação e não tinha conhecimento disso eu lamento, mas foram usados como massa de manobra pelo bando do "Lula livre", escreveu no Twitter.

A publicação veio acompanhada de um vídeo do então senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), hoje governador de seu estado, apontando para uma planilha com dados que indicam um corte de R$ 10 bilhões feitos pelo governo da ex-presidente petista na Educação e afirmando que ela fez doações a países amigos, como Venezuela e República Dominicana. A postagem não traz mais dados que detalhem os cortes e doações e nem sobre quando isso ocorreu. 

Embora o governo venha usando o termo "contingenciamento" para minimizar o impacto negativo da contenção das verbas para educação, argumentando que trata-se apenas de uma reserva orçamentária que pode voltar a ser gasta, o presidente falou em "cortes" ao ser referir à política de sua adversária. 

A postura de Bolsonaro em relação aos manifestantes, que ocuparam as ruas de ao menos 170 cidades brasileiras na última quarta, é vista com cautela por parte do governo.Na visão de alguns de seus auxiliares, ao invalidar todo o grupo, o presidente pode bloquear a possibilidade de diálogo e de o governo conseguir reverter a imagem negativa provocada com os anúncios feitos pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. 

Há um temor de que a insatisfação com o governo seja ampliada e atinja outros setores, como a reforma da Previdência, considerada crucial pela atual gestão para a organização das contas públicas do país. BN
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