Uma relação entre dificuldade de perdoar e a ocorrência de enfarte agudo do miocárdio foi apontada em um estudo apresentado no 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) na semana passada.
À reportagem do Estadão, a psicanalista Suzana Avezum disse ter visto na prática os benefícios do perdão para a saúde emocional. Entre 2016 a 2018, a pesquisadora se debruçou no tema durante o mestrado na Universidade Santo Amaro, e focou no risco de desenvolver doenças cardiovasculares. “O mundo ocidental se refere ao coração como o centro das emoções”, afirmou Suzana.
Durante a pesquisa 130 pacientes responderam a dois questionários elaborados por Suzana Avezum que avaliaram a disposição para o perdão e outro a espiritualidade e religiosidade. Estes últimos pontos, segundo a psicanalista, interferem na disposição para perdoar. “Encontrei mais ocorrência de enfarte entre aqueles que têm dificuldade do perdão”, explicou ela.
Conforme o Estadão, o estudo também se debruçou sobre os efeitos da espiritualidade. “Não foi avaliada nenhuma religião específica, pois, o que seria dos ateus? Tem pessoas que não acreditam em religião alguma e são mais espiritualizadas do que as que têm uma religiosidade rígida”, argumentou a pesquisadora. A pesquisa apontou enfim que entre os indivíduos que enfartaram, 31% afirmaram ter tido perda significativa da fé. Entre quem não teve, o índice foi de 9%. BN
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