O governo cortou pela metade a previsão oficial de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019, de 1,6% para 0,81%. A medida reduz a projeção de arrecadação, dificulta o cumprimento da meta fiscal do ano e pode forçar a equipe econômica a fazer novo bloqueio no Orçamento.
Essa é a terceira reavaliação para baixo feita pelo governo para calcular a execução das contas federais. O orçamento de 2019 foi elaborado no meio de 2018 e trazia, inicialmente, uma previsão de crescimento de 2,5%.
Em março, o Executivo cortou a projeção para 2,2%. Depois, fez novo corte em maio, para 1,6%. O novo corte foi antecipado pelo jornal Folha de S,Paulo.
Normalmente, as projeções do governo para o PIB são tornadas públicas a cada dois meses nos relatórios bimestrais de avaliação de receitas e despesas.
Agora, o governo mudou a forma de divulgação e apresentou os parâmetros semanas antes da apresentação do relatório para deixar o número mais próximo do que é calculado por analistas de mercado.
De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (8), a expectativa do mercado é de um crescimento do PIB de 0,82% neste ano.
A reavaliação feita pelo governo aponta para a necessidade de um novo contingenciamento de recursos neste ano. A decisão final será divulgada no dia 22 deste mês, quando o relatório bimestral será divulgado.
Em março, o governo teve de anunciar um bloqueio de aproximadamente R$ 30 bilhões na verba dos ministérios.
Após uma onda de protestos contra cortes em universidades, a equipe econômica anunciou um desbloqueio de R$ 2,1 bilhões na Educação.
Na reavaliação apresentada nesta sexta-feira, o governo também cortou a previsão de crescimento da economia em 2020, de 2,6% para 2,2%.
Também foi revista a projeção de inflação para este ano. Em 2019, o governo espera uma alta de 3,8%, e não mais de 4,1%. BN
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