No período de janeiro a junho deste ano, exatos 2.401 adolescentes foram apreendidos na Bahia, de acordo com as contas da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). Esses jovens são encaminhados para a Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) na capital e também para outras unidades da Polícia Civil na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e no interior do estado. Desse total, 300 foram encaminhados para centros de correção ou cumprem medida em regime de liberdade assistida.
"Eles geralmente são apreendidos por tráfico de drogas, roubo, ameaça, lesão corporal e roubo a coletivo", explica a delegada Laís de Miranda Accioly ao destacar que adolescentes com 16 e 17 anos são os mais reincidentes.
Ela pontua que na maioria dos casos os menores são flagrados com drogas e armas, sendo o tráfico de entorpecentes o crime mais cometido pelos adolescentes apreendidos no estado durante o primeiro semestre.
“Nas ocorrências sempre recebemos esses materiais apreendidos junto com os jovens. Nos crimes de roubo a coletivo tem sido recorrente encontrá-los armados ou com simulacro”, exemplifica Laís.
Para a delegada, a falta de estrutura familiar pode ser entendida como um dos fatores para o alto número de jovens envolvidos com a criminalidade. Além disso, ela pontua que em alguns casos o infrator rouba, mesmo tendo condições financeiras. “Temos ocorrências envolvendo adolescentes que têm todo o conforto em casa, dorme em quartos sozinhos, estudam em bons colégios, mas querem mais luxo, então roubam para ostentar”, relatou.
Diante desse quadro, aS Bases Comunitárias de Segurança (BCS) da Polícia Militar buscam melhorar a realidade social, com a oferta de atividades de lazer e capacitação e conscientização de jovens em áreas carentes por meio de projetos culturais focados em educação, esporte e lazer.
De acordo com a comandante da BCS do Calabar, capitã Aline Muniz, o trabalho social feito pela iniciativa retirou diversos jovens do estado de vulnerabilidade. “As estratégias utilizadas afastam eles do tráfico de drogas, pois sabemos que a oferta é muito grande”, contou a oficial. Como exemplo disso, ela destaca que o aluno que atualmente ocupa o posto de maior medalhista do projeto de boxe foi resgatado quando iniciava uma aproximação com o comércio de entorpecentes.
A BCS do Calabar oferece cursos de inglês; judô; boxe; passarela; reforço escolar; fitdance adulto e infantil; bombeiro civil; recreação; teatro; futsal; vôlei; saúde na melhor idade; instrumento de sopro, iniciação musical e violão; e cursos profissionalizantes e preparatórios para o Enem e concursos. Segundo a SSP, três alunos de lá foram aprovados no concurso da Polícia Militar. BN
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