Manifestantes contrários ao governo de Hong Kong tentaram invadir nesta segunda-feira (1º) o Parlamento local, em um novo capítulo da crise política que atinge o território. A polícia respondeu à ação com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
A tentativa de invasão aconteceu durante ato que marcava o 22º aniversário da devolução de Hong Kong à China -ele antes pertencia ao Reino Unido.
Segundo o acordo de devolução, Pequim se comprometeu a respeitar a democracia no território, que possui um sistema legal próprio e certa autonomia política -um arranjo conhecido como "um país, dois sistemas".
Nos últimos anos, porém, a ditadura do Partido Comunista vem tentando aumentar seu poder sobre o território, levando a oposição pró-democracia a organizar grandes manifestações.
A situação piorou no início de junho, quando o governo de Hong Kong -apoiado por Pequim- apresentou um projeto de lei de extradição que, segundo seus críticos, abriria a possibilidade de suspeitos serem enviados à China continental para serem julgados.
Protestos convocados por ativistas pró-democracia contra a nova lei reuniram milhares de pessoas e acabaram obrigando o governo suspender temporariamente o projeto.
As manifestações, porém, continuaram e passaram a mirar a chefe de governo, Carrie Lam, considerada uma aliada da China.
É o caso do ato desta segunda, que segundo a agência Reuters reuniu milhares de pessoas nas ruas do território.
Jovens encapuzados ocuparam e bloquearam as três principais avenidas de Hong Kong com grades de metal. Policiais, equipados com cassetetes e escudos, se posicionaram diante dos manifestantes. Os agentes usaram gás lacrimogêneo e os ativistas responderam com o lançamento de ovo.
Pouco depois, um grupo de manifestantes usou essas grades para tentar quebrar o vidro do prédio do Parlamento. Barras de ferro, carrinhos de mãe e guarda-chuvas (um símbolo do movimento pró-democracia no território) também foram usados.
Segundo o jornal britânico The Guardian, alguns ativistas tentaram impedir a ação dos colegas. A polícia mobilizou uma unidade anti-distúrbios dentro do edifício e algumas pessoas chegaram a entrar no Parlamento, mas ainda não há detalhes do que aconteceu lá dentro. BN
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