O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a subir o tom contra Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (26), dizendo esperar que "os brasileiros tenham logo um presidente à altura" do cargo. Em entrevista ao lado do presidente chileno Sebastián Piñera, no âmbito da cúpula do G7 (clube dos países ricos), o chefe de Estado francês afirmou que "é triste" ver ministros brasileiros insultarem líderes estrangeiros.
No último fim de semana, o titular da Educação, Abraham Weintraub, chamou Macron de cretino oportunista. Já Bolsonaro zombou da mulher do francês, Brigitte Macron, em comentário na internet. "As mulheres brasileiras sem dúvida têm um pouco de vergonha [de seu presidente]", afirmou o líder europeu.
Macron descreveu os últimos lances da crise diplomática com Brasília como um "grande mal-entendido". "Ele me prometeu, com a mão no peito [na cúpula do G20, em julho, no Japão], respeitar seus engajamentos ambientais. Dias depois, demitiu cientistas de seu governo", disse o francês, referindo-se à demissão do presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, após a divulgação de estatísticas sobre o desmatamento que desagradaram ao governo.
Os desentendimentos entre os dois líderes se acirraram desde que o brasileiro ameaçou deixar o Acordo de Paris sobre o Clima e o francês reagiu prometendo barrar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. Na quinta-feira (22), Macron disse que as queimadas na Amazônia geraram uma crise internacional e convocou os membros do G7 a discutir soluções para o tema.
Bolsonaro reagiu às críticas. "A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21", reagiu Bolsonaro no Twitter. Também na quinta, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidente, compartilhou um vídeo com o título "Macron é um idiota". Na sexta-feira (23), Bolsonaro voltou a criticar o presidente francês, Emannuel Macron, e o acusou de tentar potencializar o ódio contra o Brasil.
Informações do G7
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