Os senadores aprovaram, ontem, um manifesto em defesa do isolamento social como estratégia para conter a disseminação do novo coronavírus, diferentemente do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que tem minimizado a necessidade de recolhimento. Os líderes de todas as bancadas do Senado assinaram o documento, que se baseia nas experiências de países que enfrentam, por enquanto, mais casos concretos.
Segundo os senadores, a experiência observada nesses locais “deixa claro que, diante da inexistência de vacina ou de tratamento médico plenamente comprovado, a medida mais eficaz de minimização dos efeitos da pandemia é o isolamento social”, como recomenda a Organização Mundial da Saúde.
Se o isolamento for mantido, o sistema de saúde terá mais condições de “atender ao maior número possível de enfermos, salvando assim milhões de vidas”, consideram os parlamentares. “Ao Estado cabe apoiar as pessoas vulneráveis, os empreendedores e segmentos sociais que serão atingidos economicamente pelos efeitos do isolamento”, concluem, na carta divulgada após reunião de líderes, ontem.
Mobilização partidária
Nove partidos, em sua maioria siglas de esquerda, emitiram, ontem, uma nota conjunta criticando o passeio de Bolsonaro por cidades do Distrito Federal, domingo passado –– quando o presidente cumprimentou comerciantes e se colocou contra o isolamento social, recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde, para barrar o avanço do novo coronavírus.
“Estamos estudando medidas judiciais cabíveis contra a atitude do presidente da República, no intuito de salvaguardar vidas em nossa cidade, bem como nos mobilizando em diversas ações de natureza política”, diz a nota assinada por PT, PSol, PCdoB, PDT, PSB, PCB, PV, Rede e Unidade Popular. Também assinam os grupos Consulta Popular e PRC.
“O DF é, hoje, a terceira Unidade da Federação com o maior registro de casos. Assim, essa apologia ao descumprimento de orientações sanitárias pode fazer com que os números cresçam em nossa cidade, e que cheguemos ao completo colapso do sistema de saúde”, acusaram os partidos.
Fonte: Correio Braziliense
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