O ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou em coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (24), que vai deixar o cargo no governo federal. A decisão foi tomada em meio a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, publicada nesta sexta, no Diário Oficial da União (DOU).
Durante a fala, Moro contou sobre a “carta branca” dada pelo presidente Jair Bolsonaro para que ele pudesse escolher todos os integrantes dos cargos de confiança, incluindo o cargo que era de Valeixo.
“A exoneração que foi publicada, fiquei sabendo pelo Diário Oficial. Não fiquei sabendo. Este último ato é a sinalização de que o presidente me quer fora do cargo”, completou.
“Não me sentir confortável, tenho que preservar o compromisso com o presidente que era o combate a corrupção. (…) Sobre o meu futuro eu agradeço a Bolsonaro. Fui fiel ao compromisso firmado, e vou encaminhar minha carta de demissão”, acrescentou.
Moro chegou a citar governos anteriores, como o de Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, e afirmou que os esse tipo de interferência na Polícia Federal nunca havia ocorrido. “Não aconteceu durante a Lava Jato, a despeito de todos os problemas de corrupção dos governos anteriores”, pontuou.
Ele ainda revelou um acordo feito com o militar reformado, como condição para assumir o Ministério.
“Eu disse que como estava abandonando 22 anos da magistratura e perdia a [22 anos de] Previdência, pedia apenas, já que íamos ser firmes contra a criminalidade, que se algo me acontecesse, que minha família não ficasse desemparada, sem nenhuma pensão. Foi a única condição que eu coloquei pra assumir esse cargo no Ministério da Justiça”, afirmou.
“O meu futuro pessoal, eu abandonei 22 anos de magistratura, é um caminho sem volta, mas sabia dos riscos. Vou descansar um pouco. Foram anos de muito trabalho, praticamente não tive descanso. Vou procurar mais adiante um emprego. Não enriqueci, nem como magistrado, nem como ministro. Independente de onde esteja, vou estar disponível a ajudar o país. Mas, enfim, sempre respeitando o mandamento do Ministério, que é fazer a coisa certa sempre”, finalizou.
Com a saída do ministro, quem deve assumir o cargo é o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, segundo informação da jornalista Ana Dubeux, do jornal “Correio Braziliense”.
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