Com a pandemia do novo coronavírus, que provoca a Covid-19, muitas instituições de ensino trocaram o modelo presencial pelo EaD, à distância. Nessa mudança, negros e indígenas são os que foram mais prejudicados no processo.
É isso que aponta um levantamento feito pelo Quero Bolsa, plataforma de bolsas de estudo e vagas no ensino superior, que utilizou os microdados do Enem 2019. Segundo ele, entre os que compareceram nas provas, 21% não tinha a estrutura mínima em casa para realização de aulas EaD.
Por estrutura mínima se entende acesso a internet e um aparelho para assistir as aulas (nesse caso, celular ou computador).
Quando se olha apenas os candidatos negros (pretos ou pardos) essa proporção sobe para 27,72%. Para indígenas, esse número é de 39,58%. No caso de brancos, entretanto, esse número cai para 11,29%.
Enquanto os negros correspondem a 58% do total dos estudantes que realizaram o exame, na parcela que não tem as condições para a realização das aulas EaD, essa taxa se eleva para 74,44%. Os indígenas correspondem a 1,13% dessa fatia, enquanto a 0,58% do geral.
Norte e Nordeste são os mais afetados
Olhando para os estados, as regiões Norte e Nordeste são as duas mais afetadas. Todos os 15 maiores estados com maior proporção de estudantes que não tem a infraestrutura mínima para o EaD estão nessas duas regiões.
Enquanto isso, os estados do Sul e do Sudeste são 7 entre os 10 com menores taxas. Confira:
• PA – 49,00%
• AP – 48,35%
• AC – 47,93%
• MA – 46,92%
• AM – 44,70%
• PI – 41,12%
• RR – 34,92%
• TO – 32,91%
• CE – 32,16%
• SE – 29,45%
• AL – 26,04%
• RO – 25,98%
• BA – 23,25%
• PB – 22,51%
• MT – 21,78%
• RN – 21,17%
• MS – 19,76%
• PE – 18,48%
• GO – 16,34%
• MG – 14,61%
• DF – 13,21%
• ES – 13,02%
• RS – 12,29%
• RJ – 12,08%
• PR – 9,45%
• SP – 8,89%
• SC – 6,46%
Fonte: Bahia.Ba
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