Acusada de racismo por dois jovens negros, a loja Espaço do Bebê nega que sua gerente tenha chamado a polícia por desconfiar que os rapazes, que estavam no local para fazer uma compra, fossem assaltantes. O caso em questão foi registrado na tarde dessa segunda-feira (24), na loja situada no bairro da Calçada, em Salvador.
Os primos Yuri Silva, 23, e Gabriel Silva, 20, contam que estavam no local para comprar um suspensório para o filho de Gabriel. No entanto, enquanto conversavam com uma funcionário, eles foram surpreendidos com a chegada da polícia, acionada pelo vigilantes após pedido da gerente.
A loja contesta essa versão. Em nota enviada ao Bahia Notícias, a gestão da Espaço do Bebê diz que a atitude partiu do segurança. "O primeiro a ser abordado foi o vendedor da loja, que é negro. Não houve, porém, qualquer solicitação da loja, seja através da gerência ou dos vendedores, de acusação aos jovens consumidores. É possível comprovar o alegado através da gravação feita pelas câmeras da loja", rebate.
A loja afirma também que tanto a supervisora quanto a proprietária mantiveram diálogo com os rapazes e pediram desculpas oficialmente - Yuri e Gabriel negam que tenha havido o pedido. "Na oportunidade, as desculpas são reiteradas, na medida em que o constrangimento por eles vivenciados foi real, em que pese não tenha sido a Espaço do Bebê, de maneira direta ou por seus funcionários, a causadora do conflito", justifica a loja, que afirma ser "comprometida com as relações raciais, de gênero e sexualidade".
"As acusações imputadas ao empreendimento destoam, e muito, da construção político-social de suas proprietárias, estendidas ao seu negócio. Neste contexto, cabe salientar que, até o presente momento, nenhum veículo da imprensa procurou as proprietárias para fins de obter sua versão dos fatos, o que tem prejudicado seguidamente a manutenção de um empreendimento que, com trabalho árduo, foi constituído". Antes de publicar a nota, o Bahia Notícias tentou, por dois dias, obter contato com a Espaço do Bebê, mas não foi atendido.
Diante dessa situação, o empreendimento afirma que disponibiliza as imagens das câmeras de segurança para elucidação dos fatos. Os primos prestaram queixa contra a loja, mas o delito foi registrado apenas como calúnia. A defesa deles agora tenta acrescentar o crime de racismo, que é inafiançável e imprescritível.
Fonte: Bahia Noticias
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