O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou três inquéritos civis para acompanhar o processo de desligamento dos 5 mil funcionários da Ford no Brasil. Os inquéritos foram abertos nesta semana, após a montadora anunciar o encerramento da produção nacional, e foram apresentados nesta quinta-feira (14/1).
De acordo com o MPT, os inquéritos permitem a abertura de uma investigação e a coleta de provas para atuação judicial ou extrajudicial. Tanto que, com base nos inquéritos, o MPT já criou um Grupo Especial de Atuação Finalística (Geaf) para atuar "de forma coordenada e estratégica para mitigar os impactos decorrentes do encerramento das atividades nas três fábricas da Ford no Brasil".
A fiscalização do desligamento dos funcionários da Ford foi anunciada nesta quinta-feira, em reunião virtual entre o procurador-geral do Trabalho, Alberto Balazeiro; diretores e advogados da Ford no Brasil; o secretário especial da Previdência e Trabalho, Bruno Bianco Leal, e o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, do Ministério da Economia.
Na ocasião, Balazeiro demonstrou preocupação com o impacto social das demissões e também com o impacto do fechamento das fábricas da Ford na cadeia produtiva montada no entorno da montadora. A Ford se comprometeu, então, a apresentar os dados que vierem a ser solicitados pelo MPT.
Ajuda
Procurada, a Secretaria Especial de Trabalho do Ministério da Economia acrescentou que a reunião faz parte do processo de diálogo sobre a situação da empresa no Brasil e de seus trabalhadores. Como o Correio mostrou, a equipe econômica está estudando uma forma de atender esses trabalhadores. O governo da Bahia também já decidiu montar um banco de currículos para apresentar os funcionários da fábrica de Camaçari (BA) a outras indústrias que decidirem investir no estado.
O governador da Bahia, Rui Costa, ainda anunciou nesta quinta-feira que vem a Brasília na próxima semana para participar de reuniões nas embaixadas da Índia, do Japão e da Coreia do Sul. Ele também já procurou a embaixada da China no Brasil para tentar encontrar um substituto para a fábrica que será paralisada pela Ford na Bahia. Já a equipe econômica tem buscado contato com montadoras para tentar ocupar o espaço que será deixado pela Ford na Bahia, em São Paulo e no Ceará.
Fonte: Correio Braziliense
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