Paulo Queiroga morreu nesta terça-feira de Covid-19 — Foto: Reprodução
Paulo estava internado em estado grave há uma semana e a família foi informada que ele morreu ao longo do dia. Quando se deslocaram ao HU para remoção do corpo, o funcionário da funerária, que conhecia Paulo, identificou que o cadáver entregue não era o do empresário.
Parentes foram chamados e descobriram que o corpo dele havia sido trocado com outra vítima e enterrado horas antes por outra família.
"A funerária chegou aqui para pegar o corpo do meu irmão e quando chegou lá o corpo dele não estava. E eles ainda disseram 'leva esse aí, ninguém vai ver o corpo mesmo'. Como o pessoal da funerária é nosso amigo, nos avisou", relatou Conceição Queiroga, irmã de Paulo.
Centro Covid do Hospital Universitário (HU) de Macapá, no Amapá — Foto: Secom/GEA
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), responsável pelo Centro Covid do HU, informou em nota no início da madrugada desta quarta-feira (17) que vai instaurar processo administrativo para apurar e responsabilizar agentes públicos e privados no que foi classificado como "falha de protocolo". Confira a nota na íntegra no fim da reportagem.
A situação gerou mobilização em frente ao hospital e ainda durante a noite a família conseguiu que o corpo fosse retirado do cemitério para voltar ao HU, a fim de que os parentes façam o reconhecimento.
"Ele estava internado em estado grave, ontem teve uma melhora e hoje recebemos essa notícia e o pior que tão ruim, dolorosa, o pior foi levarem o corpo sem a gente saber, para onde, e agora que conseguiram trazer o corpo para identificação", completou Conceição.
Nota da Sesa
1. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vai instaurar processo administrativo junto à Polícia Civil para apurar e responsabilizar os agentes – servidores públicos, terceirizados e funcionários de uma funerária particular – envolvidos na falha de protocolo ocorrido no Centro Covid do Hospital Universitário (HU), durante a liberação de dois corpos de pacientes que vieram a óbito nesta terça-feira, 16, por agravamento de saúde causado pelo novo coronavírus.
2. A Sesa esclarece ainda que segue o processo de manejo de corpos conforme preconiza o Ministério da Saúde (MS), evitando que os colaboradores que atuam neste manuseio tenham qualquer tipo de exposição ao vírus.
3. Sobre o episódio lamentável, a Sesa presta solidariedade às famílias e dá todo apoio psicológico, informando que está tomando todas as medidas para reforçar os protocolos internos e, principalmente, de fornecedores de serviços funerários.
Fonte: G1