Caso Atakarejo: polícia investiga outro caso de mulheres entregues a traficantes


                                                 (Alberto Maraux/SSP)

A Polícia Civil apura outro caso em que pessoas suspeitas de cometer furto na loja do Atakarejo de Amaralina foram entregues por seguranças a traficantes do Nordeste de Amaralina. Em outubro do ano passado, duas jovens que foram flagradas furtando na loja e entregues a traficantes do Nordeste – uma morreu e a outra permaneceu internada no Hospital Geral do Estado. A revelação foi feita em coletiva nesta segunda-feira (10) para falar da prisão de suspeitos pela morte de tio e sobrinho após furto no mesmo mercado.

“Em relação a outras vítimas, o que nós temos é um outro inquérito, uma outra investigação, em que uma das vítimas teria sido uma adolescente que teria sido vitimada em outubro do ano passado. Essa investigação também está em curso e o que a gente conseguiu apurar é que muitos dos indivíduos que teriam participado dessa ação mais recente, teriam participado da ação do ano passado. Isso pra a gente está confirmado. Nós estamos correndo com a investigação desse outro inquérito policial que deverá somar à investigação desse duplo homicídio da Polêmica”, declarou a delegada Andréa Ribeiro diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Diante das mortes de tio e sobrinho mortos, o Atakarejo poderá ser responsabilizado criminalmente, diz delegada. “Nesse primeiro momento, estamos procurando a responsabilização diretamente com o crime, com o fato investigado, com os homicídios, mas se a gente conseguir trazer nos autos os elementos que nos permitam imputar essa responsabilidade à rede de supermercado, isso será feito, não tenha dúvida disso”, declarou a delegada.

No dia do crime, Bruno Barros da Silva e Yan Barros da Silva estavam com outros dois rapazes. Tio e sobrinho e o terceiro rapaz entraram na loja e furtaram, mas foram descobertos. Só Bruno e Yan foram pegos pelos seguranças. O terceiro rapaz conseguiu fugir e avisou o quarto rapaz que estava no estacionamento. Bruno já tinha passagem por furto.

A delegada disse também que a participação de um gerente no crime é investigada, mas que há indícios de que isso realmente aconteceu. “Em relação à participação do gerente da segurança, vamos ouvir mais pessoas hoje, mas tudo indica que sim, de que haveria uma ação por parte da gerência dos seguranças no sentido de entregar as vítimas aos traficantes. A gente já havia tido uma sinalização prévia disso, mas no segundo desdobramento da operação a gente consegue ter isso de forma mais contundente”, afirmou..

Mãe diz que justiça está sendo feita

A mãe de Yan, Eleine Costa Silva, 37 anos, comentou a operação da polícia, que prendeu seis suspeitos de envolvimento com o crime. “Pedindo a Deus que eles permaneçam presos. Não vai trazer meu filho e o tio dele de volta, mas a justiça está sendo feita”, declarou ela, na manhã desta segunda (10), pouco antes de ser ouvida na Defensoria Pública.

Em nota, a Defensoria Pública da Bahia informou que, nesta segunda, prestou atendimento a familiares de Bruno e Yan. “A Defensoria ainda vai analisar o caso para propor as melhores estratégias de condução”, diz nota.

O CORREIO esteve na manhã de hoje na loja do Atakarejo, mas os funcionários não quiseram falar. Em nota, o Atakarejo disse que não comena decisões judiciais "e vai continuar colaborando com as autoridades competentes para que o fato policial seja esclarecido o mais rapidamente possível. O Atakarejo reitera a solidariedade aos familiares das vítimas de um fato brutal e lamentável. A empresa não tolera qualquer tipo de violência".

Moradores disseram que por volta 5h30 viaturas da Polícia Civil chegaram ao supermercado e rapidamente os agentes se posicionaram. Enquanto um grupo estava na lateral do supermercado, de frente para a localidade do Nordeste conhecida como Alagados, outros agentes entraram no estabelecimento. "Uma parte cuidava da retaguarda, enquanto os demais faziam as buscas. Tudo terminou umas 8h30. A loja estava aberta, mas os clientes não entraram com medo. Mesmo depois com a saída da polícia, as pessoas que chegaram naquele momento desistiram de fazer a compra", contou uma moradora do local.

Fonte: Correio

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