Mãe e filha denunciam médico por assédio durante consulta em Salvador: 'Pegou na minha mão e levou na genitália dele'


   Denúncia aponta que além de assediar verbalmente, ele tentou agarrar e rasgou a roupa de uma das vítimas — Foto: Reprodução / TV Bahia

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de um médico por suspeita de assediar sexualmente uma paciente e a filha dela, durante uma consulta, em um clínica de dermatologia, no bairro do Canela, em Salvador. Segundo a denúncia, além de assediar verbalmente, ele tentou agarrar e rasgou a roupa de uma das vítimas.

A vítima, que tem 40 anos, mas preferiu não mostrar o rosto por medo de represálias, conta que o caso aconteceu no dia 11 de agosto, quando acompanhava a filha em uma consulta no Instituto de Dermatologia e Alergia da Bahia.

A situação ocorreu depois que a jovem, de 23 anos, deixou a sala do médico Carlos Soares de Almeida para fazer um exame.

"O médico, o tempo todo, falando pornografia. Aí, eu ligeiramente falei: o que é isso doutro? Me levantei porque fiquei com medo", disse.

"Fui em direção a porta, aí ele foi em direção porta, me pegou pelo braço e falou: 'não, espera'. Arrastou meu macacão, que até então eu não sabia que tinha rasgado e eu disse: 'Não, quero sair", contou a mulher.

     Vítima conta que médico rasgou roupa dela — Foto: Reprodução / TV Bahia

Segundo a vítima, o médico insistiu e chegou a pegar a mão dela e encostar na genitália dele. A situação deixou a paciente constrangida ao ponto de ficar com vergonha de olhar para a filha.

"Ele: 'Espera, pega aqui para você ver'. Pegou na minha mão e levou na genitália dele. Eu fiquei apavorada e disse: 'Não, quero sair' e abri a porta. Minha filha estava me esperando sentada na frente da porta".

"Fiquei sem saber olhar para minha filha de tanta vergonha", desabafou.

A filha da vítima, que também preferiu não revelar a identidade, contou que o médico disse que a reação que ela tinha apresentado na pele poderia ter sido ocasionada pela falta de namoro.

"Ele falou: 'Pode ser que você esteja tendo essa reação, porque você não namora. E, ele começou a contar a vida dele", revelou a jovem.

As pacientes tentaram registrar um boletim de ocorrência na Delegacia dos Barris, mas não conseguiram porque a unidade estava sem sistema. A denúncia foi feita no mesmo local, no dia 16 de agosto.

Na tarde desta quarta-feira (25), a reportagem da TV Bahia foi até o Instituto de Dermatologia e Alergia da Bahia, tentar falar com o médico indiciado por assédio. Ele atendeu na clínica normalmente pela manhã, mas não estava mais no local.

A Polícia Civil informou que concluiu o inquérito que investiga o caso e pediu a prisão preventiva do médico.

Carlos Soares de Almeida atendia na unidade há 40 anos, onde também foi sócio. A direção do Instituto de Dermatologia e Alergia da Bahia informou que o médico foi afastado das atividades da empresa.

O Instituto de Dermatologia e Alergia da Bahia relatou que foi surpreendida com as denúncias e que repudia qualquer ato de assédio.

No dia 19 de agosto, o advogado das pacientes, Edson Hirsh, fez uma denúncia formal contra o profissional de saúde no Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb).

"Para que ele seja impedido, até que se apure os fatos, de praticar novos atos. Para que não possa produzir provas, não possa compelir, não possa atrair provas a favor dele e que ele não cometa novos crimes", explicou Edson Hirsh.

Fonte: G1 Bahia

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