Covid-19: Ministério da Saúde suspende recomendação de vacina em adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidade


O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica na quarta-feira recomendando que não haja vacinação em adolescentes sem comorbidades. A nova orientação revisa uma diretriz anterior da pasta e restringe a imunização a "adolescentes de 12 a 17 anos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização pela Anvisa do uso da Vacina Cominarty (Pfizer/Biontech)".

No documento, a pasta argumenta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a vacinação de adolescentes com ou sem comorbidades; que a maior parte dos adolescentes sem comorbidades apresenta "evolução benigna" da doença; e a melhora do cenáro epidemiológico com redução de cerca de 60% nos números de casos e óbitos.

A pasta destaca ainda que a nota anterior previa que adolescentes sem comorbidades fossem os últimos serem vacinados.

A pasta define ainda a ordem em que deve ser feita a vacinação de adolescentes que têm indicação para vacinação: primeiro a população de 12 a 17 anos com deficiências permanentes; depois, pessoas nessas faixa etária com comorbidades; e, por fim, adolescentes privados de liberdade.

A OMS, no entanto, recomenda a vacinação de adolescentes com doenças associadas "uma vez que têm mais riscos de desenvolver uma forma mais severa de covid-19". A entidade já autorizou o uso de dois imunizantes para essa faixa etária. Além da vacina da Pfizer-Biontech, podem ser usadas também doses da Moderna, que não estão autorizadas para uso no Brasil. Já no caso das crianças, a OMS entende que são necessários mais estudos para comprovar a eficácia e segurança.

Diante da mudança na recomendação, a pasta informa aos estados que "serão enviadas doses da vacina Comirnaty do fabricante Pfizer/Biontech especificamente para esta população nas pautas de distribuição realizadas a partir de 15 de setembro de 2021." Durante a CPI da Covid no Senado, o senador Randolfe Rodrigues criticou a medida adotada pela pasta. O senador abriu um requerimento para que em até 48 horas o Ministério da Saúde explique "o fundamento científico" da nota.

“Crianças e adolescentes também são vetor de disseminação do vírus. Se o Ministério da Saúde quer admitir o fracasso de que não tem doses para distribuir para todo mundo, é melhor dizê-lo, mas não emitir uma nota, com todo o respeito a eventuais cientistas que tenham subscrito, não emitir uma nota dizendo que a OMS não recomenda a vacinação”, disse.
Fonte: Valor Investe

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