Estreia nesta sexta-feira, 24/09, no YouTube e nas plataformas de áudio uma nova versão de “Tenho Sede”, na voz de Gilberto Gil. A música, criada em 1976 por Dominguinhos e Anastácia, já é velha conhecida do artista e faz parte do aclamado álbum Refazenda, de 1977. A letra, considerada uma obra prima da composição, foi construída por versos que clamam por água e amor.
“Minha garganta
Pede um pouco d'água
E os meus olhos
Pedem teu olhar”.
A vontade de regravar a música surgiu após Gil receber o convite para participar de uma campanha de arrecadação de fundos para a construção de cisternas para famílias do semiárido, criada pela agência Quintal para a organização ASA Brasil. O Projeto ASA – Articulação Semiárido Brasileiro - é formado por mais de três mil organizações da sociedade civil de distintas naturezas – sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, ONG´s, Oscip, entre outras.
O carro-chefe do ASA é a defesa do direito à água, essencial para a vida e insumo para a produção de outros alimentos, através da instalação de cisternas na região. Para muitas famílias, as cisternas são a única fonte de água. Já são mais de 1 milhão de cisternas instaladas, transformado a vida de mais de 5 milhões de pessoas.
A partir dessa iniciativa, o artista e seus músicos fizeram a sua arte: encantar com uma nova melodia que transborda emoção. Em paralelo, um clipe foi sendo criado, usando imagens de pessoas que tiveram suas vidas transformadas com a chegada da água através das cisternas.
“A gente já atua no semiárido desde 1999, são mais de 1 milhão de cisternas construídas e 5 milhões de vidas impactadas. Uma emoção a cada conquista. Mesmo assim, quando a agência nos disse que o Gil ia regravar a canção nós ficamos nas nuvens. Foi um presente”, se emociona Alexandre Henrique Pires, representante da ASA em Pernambuco.
A campanha de captação de recursos, criada pela Quintal, tem a música como trilha e também entra no ar nesta sexta-feira, 24. O trabalho envolveu uma viagem pela região com captação de imagens para os filmes e de histórias para criar mini documentários sobre pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela chegada das cisternas.
“Sabíamos que só seria possível retratar a grandeza do projeto se fôssemos lá conhecer, de verdade, a região, as pessoas e suas histórias. Foi o que fizemos e, no final, ficamos duplamente honrados, já que tivemos a oportunidade de realizar o trabalho para essa organização tão admirável e ainda contar com o talento de um artista do tamanho que a causa merece, como o Gil”, afirma Rafael Ferrer, sócio e diretor de criação da agência.
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