Bolsonaro fala em auxílio a 750 mil caminhoneiros, mas não explica como



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que pagará um auxílio a 750 mil caminhoneiros autônomos para compensar o aumento do diesel. O preço do combustível subiu 37,25% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado.

Nós vamos atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel. É através deles que as mercadorias, alimentos, chegam aos quatro cantos do país.

Bolsonaro não informou a fonte dos recursos, mas acrescentou que "os números serão apresentados nos próximos dias". O discurso foi durante cerimônia de inauguração do Ramal do Agreste em Sertânia (PE).

Nesta semana, o governo também anunciou o Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família, e prometeu o pagamento de R$ 400 mensais em 2022, ano em que o presidente Bolsonaro tentará a reeleição.

Para bancar o Auxílio Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu a possibilidade de furar o teto de gastos. O mercado reagiu negativamente às declarações e a Bolsa de Valores opera em baixa, enquanto o dólar sobe. Há temores de que a medida abra caminho para o descontrole das contas públicas.

O teto de gastos, que congela os gastos públicos, é uma regra constitucional criada no governo Michel Temer. O governo articula para alterá-la e concretizar o furo por meio da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos precatórios, em tramitação na Câmara.

As declarações de Bolsonaro hoje e Guedes ontem afetaram o mercado. As ações do Ibovespa operavam em queda de 4% por volta das 15h40 de hoje. O dólar comercial chegou ao valor de R$ 5,669, alta de 1,78%.

Caminhoneiros prometem greve se diesel não abaixar.

Grupos de caminhoneiros prometem paralisações para 1º de novembro caso o governo federal não encontre uma maneira de abaixar o preço do diesel nas bombas. Mais cedo, caminhoneiros bloquearam o acesso de caminhões-tanques a bases de abastecimento de combustível na região de Campos Elíseos, no município de Duque de Caxias (RJ).

Nos bastidores do governo federal, porém, as promessas de greve são vistas como ameaças que não serão cumpridas — ou seja: que as paralisações não contarão com forte adesão da classe dos caminhoneiros.

Fonte: Uol

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem