Foto: Felipe Irutã/A Tarde |
A oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou às ruas neste sábado, 2, em todo o país. Em Salvador, os atos ocorreram no centro da cidade, onde os manifestantes, com faixas e cartazes, pediram a saída do presidente desde às 9h da manhã. Ainda houve registro de manifestações em mais de trinta cidades baianas.
O número de cidades que se somou às mobilizações neste sábado é superior ao do último ato, em 7 de setembro, quando foram realizadas manifestações em cerca de 20 municípios, e mostra a crescente rejeição da população ao governo federal, em meio à alta da inflação, com consequências diretas no aumento do preço dos alimentos.
Os protestos foram organizados em conjunto pela campanha Fora Bolsonaro (que promoveu os atos anteriores e reúne centrais sindicais, movimentos populares e partidos de esquerda), pela entidade civil Fórum pela Democracia Direitos Já! e por lideranças dos nove partidos que assinaram pedidos de impeachment do presidente (PSOL, PCdoB, PT, PDT, PSD, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade).
O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares, atribuiu o crescente descontentamento da população à condução desastrosa do Presidente da República. "Bolsonaro está há mil dias à frente do governo federal e nada fez para melhorar a vida do povo. Pelo contrário, é desemprego, inflação, fome e vidas perdidas pela incompetência e desumanidade do Presidente"
De acordo com a Central Sindical e Popular (CSP) Conlutas, os atos ocorreram em cerca de 300 cidades brasileiras e em 16 países. “As manifestações se ampliam frente ao desgaste desse governo genocida, responsável por mais de 600 mil vidas perdidas para a Covid-19. Um governo que colocou o Brasil de volta no Mapa da Fome, que impôs uma política econômica que levou a milhões de desempregados, ao endividamento das famílias brasileiras. Não podemos esperar 2022, precisamos dar um basta agora. Não aguentamos mais”, diz Jailson Lage, da executiva estadual da CSP-Conlutas Bahia.
De acordo com Thiago Divino, 58, o presidente "não tem autonomia" e está à mercê do Centrão, grupo político com forte presença no Congresso Nacional. "Estou aqui para participar desse ato altamente democrático em defesa da nossa democracia. Eu estou aqui com um cartaz onde procuro demonstrar à população brasileira que deve haver uma punição ao sistema gestor do país. O presidente não tem uma autonomia própria, ele depende do legislativo, temos aí um Centrão. Portanto é importante pra quando vocês forem votar, votar de forma consciente, não adianta colocar um presidente de esquerda no país e na Câmara e Senado elegerem parlamentares de direita”, criticou.
"Eu estou aqui para exigir a saída desse genocida, esse preisdente facista. Pelo SUS, pela educação, pelso 600 mil que morreram. Fora Bolsonaro", exigiu Rosana veiga, 55.
“Essa é uma luta necessária e importante. Precisamos defender os serviços públicos. Frente ao cenário de crise que vive o país, com o aumento da fome, da pobreza e do desemprego deveríamos fortalecer os serviços públicos e não o inverso, como faz o governo Bolsonaro. Não podemos aceitar a destruição dos serviços públicos”, ressalta Fernanda Rosa, diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal na Bahia (SINDJUFE-BA).
Em São Paulo, as principais lideranças políticas de oposição ao governo, além de artistas, se concentraram na Avenida Paulista, região central da cidade, desde às 13h (horário de Brasília). A abertura da manifestação na capital paulista foi feita por líderes de diversas religiões.
Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania) marcaram presença na Paulista. O governador de São Paulo, João Doria, não compareceu por estar em campanha das prévias do PSDB, em Minas Gerais.
Medidas
Assim como nas primeiras quatro manifestações pelo impeachment de Bolsonaro realizadas na Bahia, nos meses de maio, junho, agosto e setembro, a recomendação dos organizadores foi pela adoção de medidas de segurança sanitárias, como manter o distanciamento social, utilizar máscaras de proteção e álcool em gel para evitar contaminações.
Fonte: A Tarde
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