O vendedor Patrício Pacheco em uma das suas visitas à feira livre de Jacobina (Foto: Notícia Limpa) |
Bolsas, carteiras, relógios, óculos lanternas, bonés, chapéus, chaveiros, facas, canivetes, aparelhos eletrônicos como rádios e pendrives, geralmente são encontrados em lojas específicas ou de variedades nos centros urbanos, mas em dia de feiras livres na região de Jacobina é possível encontrar a partir de vendas realizadas em domicílio ou nos próprios espaços do comércio popular.
Todos os itens citados são alguns dos produtos comercializados por Patrício Pacheco da Cruz Araújo, mais conhecido como ‘Bené camelô’. O ‘camelô mais estourado’ da região, como o próprio se autodenomina é um capimgrossense de 43 anos de idade, que trabalha desde os 14 na mesma atividade, de vendedor ambulante nas feiras livres da região, principalmente as da sua cidade natal, Capim Grosso e em Jacobina. Sempre alegre, o cativante Bené consegue sobressair perante seus colegas de profissão. O seu grito de guerra, ou melhor de venda: “vem, vem, vem, chega, chega” é uma espécie de alarme para acusar que o mesmo se encontra ‘na área’.
O transporte das suas mercadorias é feito através de uma espécie de puxador com rodinhas. Como uma cartola mágica, não se sabe como cabe tanta coisa em dois minúsculos compartimentos. Nas duas bolsas que carrega ‘pode não ter tudo, mas tem quase de tudo’, como o mesmo diz. Apesar da diversidade de produtos, Bené se diz ‘vítima por tabela da covid-19’, ao se referir a queda nas vendas a partir da chegada da pandemia do novo coronavírus no início de 2020. “Estamos trabalhando apenas para tentar pagar nossas contas. As feiras estão esvaziadas, não são mais como antes. A vida não está fácil para ninguém mas tenho me apegado muito a Deus e ele tem me dado forças para eu continuar na correria para conseguir o alimento de minha esposa e meus três filhos vendendo minhas coisas”, disse.
Todas as histórias profissionais possuem características particulares, muito interessantes e ricas de informações, a do camelô Bené não é diferente. A trajetória de cada trabalhador é única e como a sua, serve de inspiração para os que veem no trabalho a sobrevivência financeira e como uma demonstração de hombridade O mercado informal envolve não apenas as dimensões econômicas e políticas, mas também as redes sociais, com destaque para as relações humanas, e isso o ‘camelô estourado da região’ faz muito bem.
Fonte: Notícias
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