Segundo o texto divulgado pelo advogado Rafael Nunes, o homem diz ter sido coagido para que confessasse o crime.
"Eu sou inocente, eu não matei a criança, confessei na pressão. Pelo amor de Deus, eles querem minha morte, preciso de ajuda. Estou com medo de morrer, quero viver. Eu não sou assassino", diz trecho de texto assinado nessa segunda-feira (17).
O homem foi apontado pela polícia como autor do crime na última terça-feira (11). Na ocasião, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou ter solucionado o assassinato com base em exames de DNA feitos na arma do crime.
A reportagem da Rádio Jornal entrou em contato com a SDS para falar sobre a carta, mas não obteve retorno. Assim que houver uma resposta, este conteúdo será atualizado.
Na carta, o suspeito ainda afirmou querer falar com a mãe de Beatriz, Lucinha Mota e disse querer proteger a sua mãe. "Quero falar com a mãe da criança. Quero a proteção de minha mãe", escreveu.
O homem finalizou a carta assinando seu nome, a data e com a frase religiosa "Deus é Justo".
Leia carta na íntegra:
"Eu sou inocente, eu não matei a criança, confessei na pressão. Pelo amor de Deus, eles querem minha morte, preciso de ajuda. Estou com medo de morrer, quero viver. Eu não sou assassino.
Quero falar com a mãe da criança. Quero a proteção de minha mãe. Deus é Justo"
O que diz a família de Beatriz
Em uma transmissão ao vivo realizada nas redes sociais na noite desta terça-feira, a mãe da menina Beatriz, Lucinha Mota, falou sobre a carta escrita pelo suspeito. Ela diz acreditar que o homem é culpado, mesmo que se diga inocente.
"Nessa semana o advogado dele mudou e, com isso, eu já esperava que ele fosse agir dessa forma. Eu fico triste com isso, mas de certa forma esperava", declarou.
Identificação do suspeito
Na última terça-feira, a polícia divulgou ter identificado o suspeito, que seria um homem que se encontrava em uma unidade prisional pela prática de outros crimes. Segundo a corporação, o homem teria sido ouvido e confessado o crime.
Ainda segundo a polícia, a identificação do suspeito teria se dado por meio de análises do banco de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, que identificou o DNA recolhido na faca utilizada no crime"
Caso sem solução por 6 anos
Praticado no dia 10 de dezembro de 2015 no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, o assassinato de Beatriz completou seis anos em 2021 sem que ninguém tivesse sido preso.
Com 24 volumes, o inquérito do caso, que possui 442 depoimentos, sete tipos diferentes de perícias, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas, foi remetido ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no dia 13 de dezembro de 2021.
Os autos já haviam sido enviados em 2019, quando o MPPE requisitou novas diligências. Todas as solicitações foram cumpridas e entregues ao Ministério pela Força-Tarefa criada pela Chefia de Polícia para investigar o caso.
Os quatro delegados, com vasta experiência em investigações relativas a crimes de homicídios, revisitaram todo o material que já havia sido produzido e realizaram novas diligências.
Fonte: Rádio Jornal/Uol