Algumas pacientes já prestaram depoimento na delegacia e contaram detalhes sobre as consultas em que teriam sido molestadas / Reprodução/ RecordTV Itapoan Redação BNews |
Ao menos cinco mulheres dizem ter sido vítimas de abuso sexual e estupro que teriam sido cometidos por um médico ginecologista do Centro Estadual de Oncologia (Cican), localizado na Av. Vasco da Gama, em Salvador. Algumas delas já prestaram depoimento na delegacia e contaram detalhes sobre as consultas em que teriam sido molestadas.
Nesta quarta-feira (26), duas das mulheres relataram ao Balanço Geral que o suspeito fazia os exames preventivos normalmente e, em seguida, dizia que precisava complementar com o exame de toque. As vítimas aceitavam, pois acreditavam que se tratavam de procedimento-padrão.
“Ele introduziu várias vezes todos os dedos nas minhas partes íntimas, ficava entrando e saindo. Ele estava delirando, olhando pro teto, mandou tentar apertar a mão dele com as minhas partes íntimas. Perguntei se aquilo era normal e ele me mandou relaxar. Depois apalpou meus seios”, contou uma paciente.
Ela disse que, assim que saiu do consultório, perguntou a outras mulheres que aguardavam atendimento sobre o comportamento e elas teriam dito que era um procedimento comum. Desconsertada, ela chegou a marcar o retorno, mas não voltou.
“Por ser médico bastante experiente na área ginecologia achei que fosse algo normal. Minha irmã também foi vítima dele. Demorou dois anos pra cair a ficha e aconteceu após ver a reportagem na qual a paciente o denunciou. Isso me deu coragem. Existem várias outras vítimas desse molestador que têm medo de falar, mas denunciem para que ele seja afastado e não volte a fazer isso com nenhuma mulher”, acrescentou a mulher.
Uma outra paciente também afirmou ao Balanço Geral que o médico “introduziu os dedos e ficou no vai e vem”. Ela teria sido examinada em diversas oportunidades pelo ginecologista e o comportamento criminoso teria sido recorrente.
“Todas as consultas foram os mesmos atos. Na última, ele queria me ‘examinar’ mesmo menstruada. Não sabia se o jeito dele era atender assim. Agora vejo que fui vítima de abuso”, explicou a mulher.
Afastamento
O Cican informou a RecordTV Itapoan que o médico foi afastado. Procurada, a Sesab avisou, através de nota, que há uma sindicância aberta e, durante o procedimento de investigação, não vai comentar sobre o caso. “Adicionalmente, há uma investigação policial em curso. O profissional encontra-se afastado até a conclusão da sindicância”, diz o comunicado.
Fonte: BNews
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