Mãe conta que viajou com corpo do filho em ônibus após padrasto espancá-lo


A mãe da criança de dois anos, encontrada morta dentro de casa, no bairro Caji, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, disse que o menino foi espancado pelo padrasto. Testemunhas afirmam que o rosto de Adrian Benjamim Santana estava machucado e a cabeça inchada. Ninguém foi preso até o momento.

O caso aconteceu na região de Cabuçu, distrito da cidade de Saubara, que fica a cerca de 100 quilômetros de Salvador. A mãe de Adrian, que tem 19 anos, estava com o companheiro, e os dois filhos, em uma fazenda, onde o suspeito trabalhava cuidando de cavalos.

A mãe do menino disse que sabia que o filho estava morto, e que viajou com o corpo do garoto de Saubara até Lauro de Freitas, em um ônibus, sem que as pessoas percebessem. A ideia era pedir socorro para a família dela.

A mãe do garoto contou à polícia que os passageiros não desconfiaram, porque parecia que o menino estava dormindo. A viagem durou cerca de 1h30.

As polícias Civil e Militar não divulgaram se Adrian tinha marcas de violência, mas informaram que uma perícia está sendo feita.

A bisavó do garoto, Maria das Dores, relatou que a família ainda está em choque com o ocorrido. Ela narrou que estava em casa quando a mãe de Adrian chegou avisando que o filho estava morto e que o companheiro era o culpado.

“Ela já encontrou a criança morta. Aí veio chamar a gente, já entrando em desespero, e nós aqui entramos em desespero também. Se foi ele mesmo que matou, ele precisa ser encontrado. Ele tem que pagar por esse crime”.

A gente está em choque ainda, porque nós não sabemos o fato direito como foi. A gente só sabe que ela chegou com a criança morta, dizendo que foi o padrasto que tinha matado. A gente não sabe o fato ao certo.

A bisavó da vítima disse ainda que, por ter entrado em desespero, não teve coragem de checar se a criança havia sido agredida, nem se havia sinais de violência no corpo de Adrian. Ela contou que ligou para a Polícia Militar, que confirmou a situação.

“Eu não tive coragem de ir lá ver. Meu instinto foi chamar a polícia. Veio a polícia, o perito, o [Instituto Médico Legal] Nina [Rodrigues] e levou ele. A gente está em choque, sem nem saber direito o que aconteceu".

Maria das Dores disse ainda que a neta, que também é mãe de uma garotinha – fruto do relacionamento com o padrasto de Adrian, suspeito do crime –, estava se distanciando da família desde o final do ano passado.

A mãe da vítima passava mais tempo na região de Cabuçu, distrito da cidade de Saubara, que fica a cerca de 100 quilômetros de Salvador. “Ele [suspeito] trabalha lá. Ela [mãe da vítima] ia passar todo o final de semana lá com ele, e sempre voltava logo. Desde dezembro, quando ela saiu para ir passar o Natal por lá, nós ficamos sem comunicação nenhuma, celular, nada”.

A Polícia Civil detalhou ainda que o resultado dessa perícia, junto com o depoimento de testemunhas, vão ajudar a entender as circunstâncias da morte da criança. Ainda não há informações se o suspeito do crime já foi ouvido.

Outro caso
No último fim de semana, uma criança de dois anos e cinco meses morreu após ser baleada na testa em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador. Kethellen Mayane Bispo França foi socorrida para o Hospital Estadual da Criança (HEC), no mesmo município, mas não resistiu. O corpo dela foi enterrado em Brejões.


Conforme informações da Polícia Militar, o crime aconteceu na rua Olney São Paulo, no bairro Aviário II. A menina estaria chegando em casa com a mãe, quando foi baleada. Aos policiais, a mulher disse que estava voltando do supermercado com a filha, quando viu alguns homens atirando aleatoriamente pela rua.

A mulher disse que tentou correr, mas os homens, que segundo ela são desconhecidos, atiraram propositadamente contra a Kethellen. A Polícia Civil da cidade investiga a motivação e a autoria do crime.
Fonte: G1

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