Na ano de 1994, o cantor e compositor Waldick Soriano, durante visita ao seu compadre Deraldo “Soriano”, que na época morava em Jacobina, concedeu uma entrevista exclusiva ao repórter do jornal Primeira Página Solon Cruz, onde “abriu seu coração” e falou de sua vida e carreira musical. Entre uma gole e outro de whiski cawboy (puro e sem gelo) e fumando cachimbo, o artista que tinha uma grande legião de fãs por todo o Brasil, discorreu sobre momentos de sua vida, desde a infância em Caetité, na Bahia, onde nasceu 13 de maio de 1933, até o auge da carreira.
Waldick viveu sua juventude sempre boêmia, como mostra sua biografia. Desde muito novo era um inveterado namorador e aventureiro e, seguindo o caminho de muitos sertanejos, foi tentar a vida em São Paulo. Um fato muito marcante de sua infância foi o abandono do lar pela mãe, a quem era muito apegado.
Antes de ingressar na carreira artística, trabalhou como lavrador, engraxate e garimpeiro. Apesar das dificuldades, conseguiu se tornar conhecido nos anos 50 com a música “Quem és tu?”. Também se tornaram conhecidas outras músicas suas, como “Eu não sou cachorro não”, “Paixão de um homem”, “A carta”, “A Dama de Vermelho” e “Se eu morresse amanhã”, entre tantas outras.
Perguntado pelo réporter se intitulava como um cantor brega, ele respondeu: “brega é quase toda a sociedade depois do primeiro gole”. Waldick se destacava por suas canções sobre dor-de-cotovelo e seu visual revolucionário para a época: sempre usava roupas negras e óculos escuros.
Waldick fez shows em muitas cidades da região de Jacobina e foi protagonista de muitas histórias. Uma delas teria se passado na Serra da Carnaíba, também conhecida como a Capital das Esmeraldas, no município de Pindobaçu-BA. Após sair de um show, o cantor se dirigiu a um bar. Ali se encontrava uma fã que estava acompanhada por um homem considerado valente e destemido pelos garimpeiros. Incomodado com a presença do artista e destilando ciúmes, o homem tentou intimidar Waldick, que reagiu e o fez recuar. O episódio ficou marcado na memória das pessoas que presenciaram o fato.
Fonte: Jacobina 24 Horas
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