Pauta do debate foi abalos sísmicos e os estudos preliminares foram apresentados para a sociedade |
Uma audiência pública realizada na última segunda-feira (21) na Câmara de Vereadores de Jacobina/BA, reuniu técnicos da Jacobina Mineração/Yamana Gold, especialistas em sismologia, Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), Defesa Civil municipal, vereadores, imprensa e representantes de associações e das comunidades de Itapicuru e Jaboticaba. Organizada pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente do Município (CONDEMA), o encontro teve como objetivo levantar informações técnicas e concretas sobre os abalos sísmicos ocorridos em Jacobina para que a sociedade fique bem informada de forma clara e transparente, evitando ruídos de comunicação.
Nos últimos anos, com o avanço da tecnologia, tem sido possível para o LabSis acompanhar e registrar, em tempo real, os abalos sísmicos naturais e de baixa magnitude que vêm ocorrendo no nordeste brasileiro como em Alagoas na cidade de Belo Monte, no Ceará nas cidades de Canindé, Paramoti, Canhoba, em Pernambuco no município de Caruaru e na Bahia nos municípios de Laje, Curaçá, São Miguel das Matas, Amargosa e Jacobina.
Jacobina está assentada sobre terrenos geológicos de bilhões de anos e para tentar entender melhor os eventos sísmicos que vem sendo captados pelo LabSis, a Yamana Gold contratou, há um ano, um time de especialistas que explanaram, na audiência pública, avaliação preliminar sobre o estudo que vem sendo feito por geólogos, geofísicos e engenheiros de minas. De acordo com os profissionais contratados para realização do trabalho de pesquisa e campo, os estudos sismológicos demandam bastante tempo mas vêm avançando. "Estamos trabalhando junto com o LabSis nesta integração para que possamos esclarecer o que vem acontecendo em Jacobina. As intensidades das vibrações registrados nos seis sismógrafos instalados na barragem quanto nas comunidades do entorno da JMC/Yamana, há um ano, apresentaram dados muito baixos em relação aos limites sugeridas nas normas nacionais e internacionais, mostrando assim que os resultados dos dados não são preocupantes", explicou Ubirajara Lira, engenheiro de minas e integrante do time de especialistas contratado pela Yamana.
Na oportunidade, o professor titular do Departamento de Geofísica da UFRN, Aderson Nascimento, falou sobre a atividade sísmica em Jacobina e também o trabalho que o LabSis vem desenvolvendo na região nordeste. "O nordeste do Brasil é uma área populosa com maior ameaça sísmica no país. Com o avanço da tecnologia e a chegada dos aparelhos de medição (sismógrafos) conseguimos saber com muito mais precisão onde os abalos estão acontecendo. A maioria desses abalos (90%) acontece por causa dos encontros das placas tectônicas, ou seja, movimentação da terra causada pela repentina liberação de energia nas rochas". Aderson também explicou que houve aumento de sismicidades em Jacobina a partir de 2019. "Tivemos aumento de dezenas de eventos mas todos com magnitude baixa (máximo 3,0). Jacobina está com monitoramento em seis estações locais e estamos bastante impressionados em como é feito este trabalho pela Yamana e o time de especialistas contratado. É muito importante garantir a continuidade da rede de monitoramento permanente da área sísmica, o monitoramento contínuo em áreas de risco geológico e geotectônico e também a integração com outros estudos que é o que estamos fazendo aqui", finalizou.
A JMC prorrogou por mais um ano o contrato da equipe de sismologia. Com isso, será possível se aprofundar ainda mais no processo de investigação geológica e geofísica da cidade de Jacobina e continuar com o monitoramento sismográfico para avaliar a intensidade das vibrações que possam ocorrer no entorno da JMC/Yamana, principalmente na comunidade e na barragem. Antonio Marcos Mendonça de Oliveira, gerente de Operações de Mina tranquilizou os presentes na audiência e se colocou à disposição para receber a todos que quisessem conhecer o trabalho da mineradora e suas instalações pessoalmente. "Temos uma preocupação muito grande com a população, com as nossas comunidades, passamos por frequentes fiscalizações dos órgãos ambientais, Agência Nacional de Mineração (ANM), garantindo a segurança de todos. Temos a Ouvidoria (0800 071 3230), canal aberto 24h por dia para esclarecer dúvidas e fornecer informações", reforçou.
Natália Santos, coordenadora da Defesa Civil do município de Jacobina, disse que tem acompanhado em tempo integral, junto com o LabSis, todos os eventos sísmicos na cidade e que tem rápida comunicação com a Yamana Gold. "Estamos atentos aos dados. Sabemos que os abalos de terra acontecem há muito tempo e com a tecnologia podemos ter os dados com mais precisão. ", finalizou.
Yamana Gold
A Yamana Gold é uma empresa global de mineração, que emprega mais de 7 mil pessoas nas Américas. A companhia trabalha de forma inteligente, descobrindo e transformando recursos de ouro do mundo em valor e respeitando o meio ambiente e as comunidades onde está inserida. No Brasil, a Yamana possui uma unidade, a Jacobina Mineração e Comércio, localizada na Bahia. A abordagem segura e sustentável do negócio é um valor fundamental da atuação da empresa.