O litro da gasolina na Bahia deverá ultrapassar os R$10 ainda esse ano, conforme um dono de posto revelou sob anonimato ao Informe Baiano, na manhã desta segunda-feira (07/03). O valor em alguns postos de Salvador já está em R$7,99. No sudoeste baiano, na cidade de Livramento de Nossa Senhora, o valor é de R$8,79. O preço do barril de petróleo já chega perto dos 140 dólares.
Os empresários atribuem o abuso ao “monopólio regional” que aconteceu com a venda pelo governo federal da refinaria de Mataripe. A Acelen, que administra a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), já aumentou, somente esse ano, quatro vezes os combustíveis na Bahia. O reajuste já ultrapassa 35%. Enquanto isso a Petrobrás aumentou 5% nos outros estados do país. A refinaria baiana é a única que foi privatizada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por meio de nota, o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia) informou em nota que “preocupado com os elevados preços praticados pela Acelen, monopolista regional que adquiriu a RLAN, apresentou nesta sexta-feira (04/03/2022) ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, uma representação por possível abuso de poder econômico”.
“De acordo com os documentos apresentados ao CADE a Acelen vem praticando, na Bahia, preços substancialmente maiores do que os que ela própria pratica para venda a outros Estados, como Alagoas, Maranhão e até mesmo Amazonas. As diferenças em relação à gasolina A chegaram a mais de trinta centavos por litro em fevereiro deste ano e vinte e oito centavos para o óleo diesel S10”, diz o comunicado.
“A Acelen, empresa controlada pelo Fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, é a primeira refinaria privatizada da Petrobras. O Governo e a sociedade em geral esperavam que, com a privatização, os preços caíssem. Mas, no caso da Bahia, tem se verificado justamente o contrário”, acrescenta.
“O Sindicato entende que possa haver abuso de poder econômico da Acelen, que atua como monopolista no mercado de refino na Bahia e vem impondo às distribuidoras preços maiores que os praticados pelas demais refinarias brasileiras. Em defesa da livre inciativa, da livre concorrência e de um mercado saudável e competitivo o Sindicato espera que o CADE adote as providências necessárias para restabelecer a liberdade no mercado”, finaliza nota assinada por Walter Tannus Freitas, presidente do Sindicombustiveis Bahia.
Fonte: Infome Baiano