Sturaro acredita que operações como a da Vila Cruzeiro, no RJ, precisam ser vistas pelo número de armas apreendidas e só depois questionar as mortes / Arquivo BNews Redação |
A polícia está numa linha tênue, nem prevaricar, nem abusar da autoridade, mas existem momentos que você não pode ser 100% correto. Desculpe, a realidade é essa com o policial militar”. Essa fala é do coronel da Polícia Militar da Bahia e pré-candidato a deputado estadual Humberto Sturaro (PL), ao comentar sobre a possibilidade de militares do Estado terem câmeras acopladas aos seus uniformes, como foi decidido no Rio de Janeiro e em São Paulo.
“Ela [câmara] pode trazer ao policial militar uma certa timidez em sua ação. Se estamos aqui sozinhos, batendo papo, é uma coisa. Mas se tem uma câmera em cima da gente é outra. Ela não vai só fiscalizar as ações do policial militar, proteger as suas ações, mas ela pode intimidar a sua atitude”, discorreu Sturaro em entrevista ao programa BNews Agora, desta quarta-feira (1º), na Piatã FM.
Para Sturaro, pode a câmera pode ser sim um instrumento para proteger os policias, mas esse não é o principal objetivo. “Então tem que ser uma situação bem estudada, a câmara não está sendo colocada ali para proteger o policial militar, está sendo colocada para fiscalizar a ação do policial militar”.
Segurança pública na Bahia
Ainda durante a entrevista, Sturaro falou sobre a segurança pública no Estado e comentou sobre como as leis e seus aplicadores estão diretamente relacionados a atual situação. Para ele, não há mais medo naqueles que cometem delitos. “Eu sempre falei: para as coisas terem consequências, a pessoa precisa ter medo de cometer aquilo (...) [a lei] tem brecha pra tudo quanto é lado. Tem para facilitar, tem pra ‘foguetar’, entendeu? Então eu vou procurar aquele lado que dá para endurecer.
Tráfico
Questionado sobre motivo do Estado não chegar ao grande produtor/distribuidor de drogas, indo sempre na ‘ponta’, Staturo disse que “quanto mais drogas são apreendidas, _reapreendidas_... elas voltam ao mercado”. Ao ser interpelado pelo jornalista Rafael Albuquerque sobre o motivo disso acontecer, o coronel respondeu com uma pergunta: “As pessoas precisam estar dentro de um sistema para entender como funciona. Mas deixo uma pergunta no ar. Será que tem pessoas que são que se beneficiadas com isso? ”
Valorização do profissional
Para Sturaro, a atuação da polícia é sempre questionada, o que “magoa” e “enfraquece a corporação”. Para exemplificar isso, o coronel usou como exemplo uma operação que terminou com 26 pessoas mortas no mês passado. “A ação que aconteceu na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, [veja] o número e a qualidade do armamento que foi apreendido. E que é questionado ainda? Se a ação da polícia foi necessária diante daquilo. Isso nos enfraquece”, disse o pré-candidato ao se referir as 20 granadas, 14 fuzis e duas pistolas apreendidas na ocasião, segundo os policiais federais, militares e rodoviários envolvidos na operação.
Para ele, o salário da categoria interfere no respeito dado aos militares. “Se o policial fosse bem pago, teria mais respeito, as pessoas ainda têm esse preconceito... julgam pelo que você tem”, finalizou o coronel.
Fonte: BNews
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