Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil |
Uma pesquisa do instituto Ipsos aponta que 48% da população brasileira apoia a legalização do aborto para todos ou na maioria dos casos. Realizada no país e em outras 26 nações, o levantamento "Global Views on Abortion" mostrou que os acenos favoráveis aumentam para 75% em casos de estupro.
Entre as pessoas entrevistadas no país, 20,4% são favoráveis à legalização da interrupção de uma gestação em todos os casos; 27,4% são favoráveis na maioria dos casos; 28,8% acham que deve ser ilegal na maioria dos casos; 12,8% acreditam que o aborto deve ser ilegal em todos os casos; 16,6% não opinaram ou não souberam responder.
De acordo com a consulta, a média global e apoio ao procedimento em casos de estupro é próxima da que foi declarada pelos brasileiros, atingindo um patamar de 76%, já a média que são favoráveis em todas ou na maioria das circunstâncias nos 27 países pesquisados é de 59%.
Empatado com a China (48%), o Brasil registrou o sexto menor índice de apoio à legalização do aborto. Os cinco menores foram identificados pelas populações de África do Sul (42%), Colômbia (40%), Índia (40%), Malásia (32%) e Peru (31%). Já entre os seis mais favoráveis, todos os países são europeus. O primeiro colocado do ranking é a Suécia, onde 86% dos entrevistados são favoráveis à legalização do aborto, seguida pela França (83%), Bélgica (78%), Holanda (78%), Grã-Bretanha (74%) e Itália (73%).
O apoio à legalização do aborto no Brasil cresce quando são mencionadas situações específicas. Além dos 75% do apoio nos casos de estupro, 71% dos brasileiros que participaram da pesquisa apoiam a medida caso a gestação cause algum risco à saúde da mulher. Contudo, nos casos em que há probabilidade de a criança nascer com graves deficiências de desenvolvimento, o apoio cai para 52%.
Quando perguntados se seriam a favor da interrupção da gravidez nas seis primeiras semanas de gestação, 52% dos entrevistados brasileiros se mostraram favoráveis ao aborto. No caso de a mulher estar com 14 semanas, 42% disseram que seria favoráveis a medida. Já quando o tempo de gestão perguntado foi de 20 semanas, o número que se disse a favor foi de 30%.
Em um procedimento de interrupção de gestação nos casos ilegais, 32% dos brasileiros disseram que a mulher que praticou aborto deve ser penalizada. 53% consideram que a punição deve ser direcionada à pessoa que realizou o aborto, enquanto 49% são favoráveis à punição contra outra pessoa que tenha organizado o aborto.
Entre 24 de junho a 8 de julho de 2022, a Ipsos entrevistou 20.523 pessoas, sendo aproximadamente 1.000 no Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. Além do Brasil, integram a pesquisa: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Chile, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Romênia, Rússia, Suécia e Turquia.
Fonte: Bahia Notícias
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