Entidades de classes se manisfestaram com teores diferentes sobre o caso / Divulgação/ GOV-CE Redação |
Um juiz estadual, acusado de agredir a namorada, desacatou a delegada responsável pelo registro de ocorrência da violência doméstica por ela impedir o acesso ao documento por ele ser o principal suspeito das agressões contra a mulher. O caso aconteceu na última sexta-feira (5), no Ceará, e após a repercussão das ofensas contra a responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), entidades de classe manifestaram apoio a delegada.
O Juiz de primeira instância e atuante de uma comarca do interior, desrespeitou a delegada, inclusive dando voz de prisão a ela, quando foi proibido de ler na íntegra os depoimentos contidos no boletim de ocorrência de agressão contra a namorada. Diante dos acontecimentos, duas entidades com visões diferentes sobre o caso se manifestaram. A Associação Cearense de Magistrado (ACM) e a Associação dos Delegados de Polícia Civil do Ceará (Adepol) emitiram notas sobre o acontecido nesse domingo (7).
A Adepol disse que "a delegada foi vítima de arbitrariedade" por parte do juiz e que a entidade “repudia a agressão à delegada”. A entidade enfatizou ainda que será criada uma comissão interna para que medidas legais e administrativas sejam tomadas diante do acontecido.
Já a Associação Cearense dos Magistrados defendeu que "algumas informações do caso não chegaram ao conhecimento geral de modo fidedigno à realidade". Segundo a nota, o magistrado teria ido à Delegacia da Mulher "em livre e espontânea vontade" e, ao lado de sua defesa, solicitaram acesso a depoimentos que haviam sido tomados pela Polícia. "Direito este que fora, a princípio, negado pela delegada de plantão, entretanto após diálogo entre a defesa e a agente pública de segurança, houve a liberação dessas informações". A entidade defendeu a apuração rigorosa dos fatos, mas ressaltou que o juiz "declara-se como inocente de quaisquer crimes e pretende provar tal inocência ao longo das investigações".
A polícia civil informou, também em nota, que o caso segue o curso normal das investigações e que no momento oportuno, novas informações serão divulgadas. No texto, o órgão informou que "presta todo apoio à delegada que foi ofendida enquanto realizava o seu mister constitucional".
O Tribunal de Justiça do Ceará, se manifestou nessa segunda-feira (8). “Tribunal de Justiça do Ceará aguarda a devida apuração dos fatos. A instituição repudia todo e qualquer tipo de violência e adotará as medidas cabíveis, caso seja constatado algum ato em desacordo com os princípios éticos e legais”, disse um trecho da nota.
Fonte: BNews
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