Bolsonaro sobre Roberto Jefferson: 'Não tem foto dele comigo'; veja fotos

Foto de 2020 mostra Roberto Jefferson (PTB) com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o PTB, na ocasião, conversaram sobre as eleições de 2022 - Imagem: Reprodução/Facebook.

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) tentou descolar sua imagem à do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que atirou hoje (23) contra dois agentes da Polícia Federal. Mas fotos compartilhadas nas redes sociais desmentem a versão de Bolsonaro —inclusive em posts do próprio Jefferson. 

Durante live promovida no YouTube ao lado do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta tarde, Bolsonaro falou sobre Jefferson e declarou: "Não tem uma foto dele comigo".

No entanto, em publicações realizadas no Instagram pessoal de Roberto Jefferson há diversos registros dele ao lado de Bolsonaro. Em uma postagem de 14 de abril de 2021, o ex-deputado escreveu: "Meu presidente encarna todos os meus credos. Prometo defendê-lo enquanto pólvora tiver".

Roberto Jefferson tinha trânsito livre no Palácio do Planalto. Foi recebido por Bolsonaro em 3 de agosto de 2021, dez dias antes de ser preso pela PF —no dia 13 daquele mesmo mês e ano. O encontro foi registrado na agenda oficial do presidente.

O ex-deputado foi preso por participar de uma suposta organização criminosa que atua nas redes sociais para atacar a democracia, além de ter ameaçado a integridade física dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). 

Em setembro de 2020, o perfil do PTB no Facebook postou fotos de Jefferson com o presidente —inclusive abraçados— e informou que, naquele dia, "Roberto Jefferson reforçou o convite ao presidente Bolsonaro para que se filie ao PTB, com objetivo de disputar as eleições de 2022". Bolsonaro acabou se filiando ao PL em novembro do ano passado.

Lamentável episódio'. 
Na live deste fim de semana, Bolsonaro também leu uma publicação em que repudiou as falas de Roberto Jefferson contra a ministra do STF Cármen Lúcia. 

O petebista apareceu em um vídeo chamando a magistrada de "prostituta e vagabunda". A gravação foi publicada no perfil da filha de Jefferson, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB) —a conta foi suspensa hoje.

O presidente disse também que enviou o ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres ao Rio de Janeiro para acompanhar o "andamento deste lamentável episódio". 

Presidente do PTB, Jefferson é aliado de longa data de Bolsonaro, mas o ministro das Comunicações, Fábio Faria, negou que o ex-deputado faça parte do time de coordenação da campanha do candidato à reeleição. Faria rebateu postagem do deputado federal André Janones (Avante-MG) sobre Jefferson ser "um dos coordenadores informais da campanha" bolsonarista. 

Quase candidato. 
Jefferson chegou a anunciar sua candidatura à Presidência da República neste ano, mas o registro foi barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitora.

Roberto Jefferson atira em policiais O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) reagiu hoje (23) com tiros contra agentes da Polícia Federal que cumpriam uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de prendê-lo em sua casa, em Comendador Levy Gasparian, a cerca de 140 km do Rio.

A PF informou que agentes foram à casa de Jefferson para cumprir a ordem de prisão e o alvo reagiu à abordagem, quando os agentes se preparavam para entrar na residência. Dois policiais, sendo uma mulher, foram atingidos por estilhaços, mas passam bem. 

A ordem de prisão aponta o descumprimento de medidas cautelares por parte de Jefferson. Na decisão, Moraes pediu prisão, busca e apreensão e proibiu entrevistas. 

No Twitter, Bolsonaro afirmou ainda que enviou o ministro da Justiça, Anderson Torres, para o Rio de Janeiro, onde Jefferson mora, para acompanhar a situação, classificada pelo chefe do Executivo como "lamentável episódio".

O ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a reação de Roberto Jefferson contra a Polícia Federal hoje "não é normal" e que é preciso "bom senso na convivência democrática". Em coletiva, ele relacionou o comportamento ao "clima de ódio" criado por Bolsonaro.
Fonte: Uol

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