As ofensas foram proferidas em uma discussão de whatsapp onde o médico apresentava uma estratégia para que os eleitores de Lula não votassem no 2º turno/Arquivo pessoal |
Um print que circula nas redes sociais mostra uma conversa de whatsapp onde o médico cardiologista Fábio Quinteiro, que atua em clínicas na cidade de Valença, distante cerca de 120 km de Salvador, traça uma estratégia para “estimular a abstenção” e fazer com que a população baiana não vote no candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 30, quando ocorre o segundo turno das eleições.
Para Quinteiro, o povo baiano é, em sua maioria, “vagabundo” e “corrupto”, por isso ofertar viagens gratuitas fariam os eleitores desistirem de exercer seu direito de cidadão, de modo que os eleitores em questão viajariam no Dia do Servidor Público, celebrado na sexta-feira (28) que antecede as eleições, e só retornariam após ás 17h do domingo, quando as urnas já estariam fechadas.
“Acho q a melhor e mais eficiente forma de reduzir a diferença de voto aqui na Bahia é estimular a abstenção. O povo bahiano é vagabundo (maioria). Isso é fato! sem mimimi. O povo bahiano é corrupto (maioria). Isso é fato! sem mimimi. Então, pra quem estiver disposto a gastar, resta aproveitar o fato de ser feriado do servidor público dia 28 e bancar viagens (caravanas) grátis pros petistas e garantirem a volta somente no domingo após as 17h! um cara que apoia Lula é, no mínimo, cumplice de um crime.”, escreveu o médico.
Procurado pela reportagem do BNews, o médico explicou que o print “foi retirado de um grupo privado em que estava havendo uma discussão política de ânimos exaltados. No contexto dessa discussão, houve agressões pessoais e a minha intenção era atingir apenas esta pessoa específica que fazia parte da discussão (opositor político) que agiu de modo premeditado e maldoso para me atingir”, justificou Fábio.
Ainda segundo o especialista, após se dar conta do que havia escrito, se arrependeu. “Logo em seguida à publicação, pedi desculpa e exclui o comentário do grupo pois me arrependi das palavras que não condizem com meu pensamento e meus valores”, disse o médico que compartilhou com o BNews o conteúdo desse pedido de desculpas.
“Em conversa de um grupo privado no qual em resposta a provocações eu fui infeliz ao não contextualizar a resposta. O contexto era: "nas cidades de menor IDH, maior índice de criminalidade, maior percentual de desocupados (nem estuda nem trabalha) possuem votação maior para um determinado candidato...", começou o médico.
Porém, o texto do profissional de saúde dá a entender que a justificativa em questão só veio depois da divulgação do print, já que em seguida ele afirma: “Nordestino do Sertão da Bahia, vindo de uma das cidades de menor IDH do Brasil, deixo claro que o uso do print além de ilegal, possui intenção maléfica através de uma política de cancelamento baseada em más interpretações”.
Ao final, o médico termina com o efetivo pedido de desculpas “A quem se ofendeu, me desculpe o texto infrutífero resultante de um momento tenso e de uma provocação maliciosa. Paz & Bem. Fiquem com Deus”.
Retaliação
Depois da divulgação da conversa em questão, o médico e sua família estariam sendo agredidos: “Agumas pessoas, inclusive, que não sei quem são, tem agredido a minha esposa e família em decorrência disso, sem qualquer justificativa para tal além de maldade”, contou Quinteiro, que ressaltou que é “nordestino e Bahiano e me orgulho pois considero essa terra abençoada onde nasci e cresci”.
Fonte: BNews
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