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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, marcou reunião para as 10h, desta quarta-feira (23/11), com comandantes das polícias militares estaduais na sede da Corte, em Brasília.
A ideia é fazer um balanço do trabalho conjunto entre as polícias e a Justiça Eleitoral nas últimas eleições e alinhar objetivos para os próximos pleitos. No entanto, integrantes da área de segurança pública de alguns estados ouvidos pelo Metrópoles acreditam que as manifestações e bloqueios de caminhoneiros pelo país serão o assunto principal, bem como a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), se tem havido conivência da corporação ou não.
Os comandantes devem ainda discutir os relatórios das manifestações, com registros de integrantes, placas de caminhões, nomes e empresas envolvidas nos bloqueios, considerados irregulares pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A convocação do TSE foi enviada aos comandos das PMs no dia 8 de novembro. A maioria dos comandantes confirmou presença, mas ao menos dois deles não viajarão a Brasília para encontrar Moraes: os de Santa Catarina e Paraná.
O comandante da PM do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, foi o primeiro a informar que não iria a Brasília nem enviaria um representante. Oficialmente, ele alegou incompatibilidade de agenda, mas há questões políticas envolvidas.
Teixeira foi gravado, no último dia 2 de novembro, negociando com manifestantes de um ato que questiona o resultado da eleição e fechava a PR-151, em Ponta Grossa. Na ocasião, ele disse que não multaria “por enquanto” os manifestantes, apesar de o próprio Alexandre de Moraes ter ordenado, três dias antes, a liberação imediata de rodovias de todo o país.
⏯️ Comandante da PMPR admite prevaricação ao não multar bolsonaristas.
— Metrópoles (@Metropoles) November 3, 2022
Ao negociar com manifestantes, coronel da PMPR determinou desobstrução parcial de via e admitiu que pedido seria prevaricação. #Eleições2022
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Reuniões de comandantes da PM com integrantes do TSE aconteceram antes da eleição, como um encontro em 24 de agosto deste ano, e entre o primeiro e o segundo turno, em 11 de outubro.
Apesar disso, aliados de Bolsonaro, como o vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (PL-RS), estão incomodados com a nova convocação, que consideram ser um ato político do presidente do TSE, e tentam manobras regimentais ou legais para desmarcar a reunião desta quarta.
Fonte: Metrópoles
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