À esquerda, o menino Danilo Pignato, de 8 anos / à direita, imagem do acidente que o matou, em Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera |
Com a morte do motorista que matou atropelado o menino Danilo Pignato, de 8 anos, numa avenida de Goiânia, houve mudanças na investigação de dois crimes deste atropelamento. A primeira era a morte da criança, que corria na Delegacia de Trânsito (Dict), e foi transferida para a Delegacia de Homicídios (DIH). A segunda é sobre a morte do motorista, supostamente provocada pela agressão do pai de Danilo, que presenciou a morte do filho.
No no sábado (17/12), dia do atropelamento, a Polícia Militar esclareceu que o menino acompanhava o pai, Dedilson de Oliveira Sousa, que estava vendendo balas no semáforo. O condutor do VW Gol era Francilei da Silva Jesus. Câmeras de segurança filmaram o atropelamento.
O carro surgiu desgovernado e invadiu o canteiro da avenida onde estava Danilo e o pai. O impacto foi tão forte que o menino morreu no local. Percebendo que o motorista apresentava sinais de embriaguez e queria fugir sem prestar socorro, o pai se revoltou e agrediu o homem com pedradas na cabeça.
Mudanças na investigação:
A delegada titular da DIH, Ana Elisa Gomes, explicou que a investigação sobre o atropelamento deve ser arquivada por causa da morte do principal suspeito, que era o motorista.
A agressão que supostamente causou a morte do motorista será investigada pela DIH e o prazo a conclusão é de 30 dias. Neste caso, o pai do Danilo pode ser indiciado por homicídio privilegiado.
Ana Elisa explicou que as características do crime cometido pelo pai podem considerar este caso como homicídio privilegiado.
O pai da criança, ao agredir o autor do atropelamento, agiu sob violenta emoção. Ele testemunhou a morte do próprio filho num acidente que ele e a criança não contribuíram de forma alguma para que acontecesse. Quando ele age pela emoção do filho morto na presença dele, tem sim a possibilidade do homicídio privilegiado, que tem pena reduzida diante das circunstâncias.
As penas para o caso de homicídio privilegiado são reduzidas entre um terço e um sexto em relação ao homicídio simples, que prevê prisão de 6 a 20 anos em regime fechado.
Se for condenado pela Justiça, o pai do Danilo pode pegar pena de 1 a 2 anos, no caso da pena mínima de 6 anos, e de 3 a 6 anos, na hipótese da condenação máxima de 20 anos.
Menino Danilo Pignato, de 8 anos, foi prensado contra árvore após ser atropelado em Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil |
Morte do motorista
O condutor do VW Gol era Francilei da Silva Jesus. Segundo a polícia, ele poderia estar bêbado quando atropelou o menino. No local do crime, agentes da Polícia Civil encontraram um copo térmico no veículo, que é geralmente usado para tomar bebida alcoólica.
Segundo a investigação da Delegacia de Trânsito, Francilei perdeu o controle do carro ao entrar na Avenida Consolação, no Setor Canaã, e invadiu o canteiro central da pista, onde Danilo e o pai estavam lanchando embaixo de uma árvore.
O veículo atropelou o menino e o prensou contra a árvore. O impacto da batida foi tão forte que Danilo morreu no local. Revoltado, o pai disse que o motorista queria fugir sem prestar socorro e o agrediu, mas que não teve a intenção de matar.
Francilei da Silva foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros em estado gravíssimo. Ele ficou internado no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e morreu três dias depois.
Copo térmico dentro de carro de homem que atropelou menino de 8 anos em Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/Dict PCGO |
Prisão
Após as agressões, o pai do menino chegou a ser preso suspeito de tentativa de homicídio, mas foi solto após uma audiência de custódia. A juíza Luciane Cristina Duarte da Silva apontou que o crime aconteceu devido à forte emoção do pai ao ver o filho morto.
Não há como ignorar a situação em que os fatos se deram, não podendo mensurar a dor e a fortíssima emoção sentida pelo autuado que o levou a agir daquela maneira naquele momento, a fim de impedir a fuga do condutor do veículo que ceifou a vida de seu filho, escreveu a juíza.
Por g1
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