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Considerada uma das festas mais populares da cultura ocidental, o Natal sempre foi objeto de representação na Literatura e no Cinema como a celebração máxima da união e do fortalecimento dos laços familiares. Por outro lado, tem sido cada vez mais comum encontrar quem não goste da data e faça de tudo para fugir dos encontros indesejados proporcionados pelo evento.
“Muitas vezes encontramos parentes com quem não temos as melhores relações”, afirma a psicóloga Luísa Fontes, “e essa convivência pode ser muito dolorosa porque nossos sentimentos e pensamentos não deixam de existir por ser um período de celebração. Quando chegamos na casa da mãe, da avó, de quem for, além dos presentes, comidas e bebidas, levamos também nossos traumas, nossas mágoas e as diversas cobranças que ouvimos sobre nossas vidas continuam ali”.
A profissional alerta ainda que a ceia é um terreno fértil para provocar situações desconfortáveis que tendem a acontecer nesse período, como comparações com primos que foram aprovados em concursos públicos e comentários a respeito da aparência de cada um. “Além disso, são muitas perspectivas diferentes se encontrando, o que pode gerar situações em que pessoas que veem a vida de maneiras diversas queiram que o outro se adeque aos seus parâmetros, à sua regra”, destaca Luísa.
Os conflitos se agravaram nos últimos anos, com a polarização política que dividiu o País e afetou profundamente o convívio social. Há quem acredite que as festas de fim de ano podem contribuir para a relação de quem ainda não fez as pazes com aquele familiar bloqueado das redes sociais, mas Luísa garante que isso não é uma regra.
“Culturalmente tendemos a ver o período de fim de ano como uma época de renovação, de perdão, de expectativa de mudanças para melhor. Isto pode colaborar para a superação desse distanciamento, mas não há imposição de fazer as pazes. Cabe a cada um se consultar e buscar compreender o que é mais importante para si mesmo em sua trajetória - seria mais importante retomar uma relação com uma pessoa que você ama e te faz falta ou os valores que influenciaram nas decisões políticas de cada um geraram uma cisão irremediável? Não há resposta certa. Cada decisão precisa fazer sentido no caminho de cada pessoa”, afirma a psicóloga, que aproveitou para deixar algumas dicas para uma ceia de Natal saudável e sem brigas:
1 - Respeito e empatia: pode parecer um clichê batido, mas é o básico que funciona.
2 - Evite fazer comentários inapropriados e perguntas indelicadas.
3 - Busque compreender que as decisões e escolhas que você considera melhor para sua vida, não necessariamente se aplicam à vida do outro.
4 - Lembre que o foco do momento é o encontro e a celebração, e que este não é o melhor dia para “lavar a roupa suja”. Que tal marcar uma conversa depois para resolver a situação?
5 - Caso escute algum comentário que não te agrade, sinalize a quem falou que não é apropriado. É importante estabelecer limites de maneira assertiva.
6 - Se sentir que precisa de apoio, busque alguém com quem você pode contar (no ambiente ou fora dele - este é um ótimo momento para utilizar as tecnologias que temos hoje).
7 - Ah, leve um presente bacana para o amigo secreto! Este também costuma ser um grande causador de conflito no Natal.
8 - Por fim, se alguma situação te gerar muito sofrimento depois, de maneira que você não consiga lidar sozinho, é importante buscar ajuda profissional.
Luísa Fontes é psicóloga, em formação internacional na área de Análise Bioenergética.
Fonte: Metro 1
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