Moda prejudicial à saúde: confira danos causados por uso de cigarros eletrônicos

Foto: Divulgação/Ministério da Saúde | Por Millena Marques

Febre entre os mais jovens, os cigarros eletrônicos ganharam espaço em shows, festas e outros encontros sociais. Mesmo com a fabricação e comercialização do produto proibidas no Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, apontaram que um em cada cinco jovens na faixa dos 18 a 24 anos já fez uso de algum dispositivo eletrônico para fumar, o chamado DEF.

De acordo com o Ministério da Saúde, o alto índice de usuários dos cigarros eletrônicos pode ser explicado por duas características dos dispositivos: aroma e sabor. O mercado oferta diversas essências refrescantes e doces, que tornam os produtos mais atraentes.

Além disso, os DEFs começaram a ser mais procurados por pessoas que queriam abandonar os cigarros tradicionais. Os dispositivos eletrônicos, no entanto, possuem um maior teor de nicotina, o que pode causar maior dependência, de acordo com a pneumologista Margarida Neves, especialista em tabaco.

"Ambos têm nicotina, mas o cigarro eletrônico tem a desvantagem de um maior teor, que o usuário pode voluntarismos aumentar e com isto haver maior absorção, causando maior dependência. Logo, o mito de que o cigarro eletrônico poderia 'ajudar' o paciente no desmame do cigarro convencional, caiu por terra”, disse a especialista ao Varelanet.

Conforme os dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os produtos não tradicionais podem liberar em seu vapor mais de 80 substâncias. Entre elas estão substâncias cancerígenas, elementos utilizados na indústria alimentícia e metais pesados.

Segundo a médica Margarida Neves, os danos ocasionados pelo consumo de cigarros eletrônicos são potencialmente perigosos à saúde, como dano cardiovascular agudo, citotóxico e genotóxico, redução da viabilidade celular, fragmentação do DNA e queimadura por explosão do dispositivo.

Cigarros eletrônicos sem nicotina

Também proibidos no Brasil, os dispositivos eletrônicos sem nicotina não são saudáveis. De acordo com a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), muitos DEFs, que são comercializados ilegalmente na internet e em outros locais, apresentam substâncias não rotuladas, inclusive nicotina.

Margarida Neves alerta que, mesmo sem nicotina, os produtos apresentam risco de explosão e toxicidade celular. Além disso, a especialista afirma que "o objetivo do usuário é a nicotina, sendo raro o uso sem nicotina".

Famosos e o consumo de DEFs

Os casos de saúde envolvendo o consumo dos DEFs pela ex-vocalista da banda Aviões do Forró, Solange Almeida, e pelo cantor sertanejo Zé Neto, que faz dupla com Cristiano, repercutiram nas redes sociais.

Em entrevista ao podcast "EmPODeradas", a artista baiana relatou que o uso excessivo do cigarro eletrônico a deixou dependente e com problemas de ansiedade.

“Foi um processo muito difícil, de ansiedade... Aquilo começou a me trazer um estado de ansiedade que vocês não têm ideia do que eu passei. Eu ouvia vozes. Eu usava aquilo e com o cigarro eletrônico, eu comecei a sentir coisas que eu não sentia", disse Solange, em entrevista transmitida em março de 2022.

O caso de Zé Neto foi ainda mais grave. Em 2021, após ser diagnosticado com Covid-19, o cantor alertou seus seguidores sobre o consumo do produto ao enfrentar uma doença pulmonar.

"Está tudo bem e realmente passei por problema sério no pulmão devido ao cigarro eletrônico. Quem mexe com essa bosta, para com isso porque faz mal", disse na época.

Fonte: Varela Net

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