Foto: Pedrita Junckes |
Por causa da sua dificuldade na infância de pronunciar o nome Clériton, o rapper baiano “Teto” fez do seu apelido seu nome artístico. E é esta marca que é conhecida no país e que está anunciada agora como uma das atrações confirmadas no The Town, o maior festival de música, cultura e arte de São Paulo.
Teto faz parte da line-up do Factory, um espaço no The Town que contará com uma cenografia inspirada nos antigos galpões das fábricas da zona industrial de São Paulo.
Natural de Jacobina, o jovem de 21 anos conta ao Bahia Notícias que o apelido vem dando certo em sua carreira.
“Desde os meus seis anos de idade, meus pais contam essa história, eles dizem que eu tentava falar o meu nome, que é um nome bem complicado, e não conseguia. E acabava saindo Teto quando eu tentava falar meu nome. Aí pegou entre a família e eu só absorvi pra minha carreira e deu muito certo”, conta
Apesar da expansão do ritmo em território nordestino, fazer trap, vertente do rap e do hip hop, fora do eixo Rio-São Paulo ainda é um desafio e Teto lembra que chegou a ter problemas com o público em alguns lugares quando começou a apresentar o gênero.
“Ao saber que eu sou do Nordeste a galera já olha com outros olhos, mas graças a Deus eu consigo converter isso de uma forma boa hoje. Minha música fala muito mais alto por mim, a galera sempre me recebe bem onde eu vou. Então eu digo que cada um tem que conquistar o seu espaço independente de onde é. É claro que se você é do Nordeste, vai ter que dar o gás dobrado (risos)”.
Apesar de não dominante, além de Teto, a Bahia exporta no Trap artistas como Jovem Dex e o coletivo Icedmob.
“A gente vem fazendo o nosso papel. A gente fez um festival em Salvador, no Wet, e deu muita gente, 30 mil pessoas, e a parada surpreendeu. Todo mundo de Salvador ficou bem surpreso com a quantidade de público pro evento só de Trap. Então é importante a gente entender que estamos ganhando esse espaço e responsabilidade e evoluir no mercado. Vir cada vez maior pra rapaziada que não conhece o nosso segmento”, diz.
O cantor afirma que usa da versatilidade em seu som e vai desde a “pegada da Bahia” até algo mais parecido com o Rio e São Paulo.
“Com certeza o pagode baiano é uma grande inspiração para minhas músicas, pra minha forma de criar. Eu comecei a ouvir pagode por causa do meu pai na minha infância e até hoje eu escuto. Conheci vários artistas por conta dele”, lembra o cantor.
Teto ainda cita grandes nomes do pagode baiano como artistas com quem ele tem vontade de colaborar musicalmente.
“Na minha lista com certeza eu teria Léo Santana, Márcio Victor, BaianaSystem… Diversas referências que eu sonho em ter uma participação, com certeza”.
Para o trapper, que já se apresentou em trios elétricos, o ritmo que vem ganhando espaço nos festivais e festas de Salvador, também tem espaço na maior festa de rua do mundo: o Carnaval.
“No meu ponto de vista, o trap apesar de ser um ritmo que a galera ainda está aprendendo a digerir, muita gente está conhecendo, é um ritmo muito contagiante, muito alegre. Nas minhas performances gosto de trazer essa alegria, essa energia de sair do chão e conectar com a galera de alguma forma mais astral mesmo. Tenho trabalhado cada vez mais isso nas minhas músicas que é pra gente conseguir trazer esse espaço [Carnaval] pra nossa música também".
O amadurecimento musical é uma das prioridades de Teto para projeção futura da sua música. O artista revela que está trabalhando em um álbum que vai surpreender o público.
“Quero surpreender meu público esse ano não só com com meu álbum mas com singles também. Muita musicalidade, versatilidade pra mostrar pra rapaziada que ainda não viu esse lado do Teto. Muita coisa sobre a Bahia também (...) Cada dia que passa é um erro que a gente deixa de cometer. Amadurecimento e muita ideia pra frente pra inspirar a rapaziada esse ano”.
Fonte: Bahia Notícias
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