Migração do PSDB para base de Jerônimo Rodrigues estaria condicionada a "rejeição" de Bruno Reis

Foto: Foto: Betto Jr / PMS | Adriel Francisco / Divulgação | Reginaldo Ipê / CMS

A filiação do presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Carlos Muniz, ao PSDB reaqueceu os bastidores, principalmente após o vereador indicar “portas abertas” do partido para integrar a base de Jerônimo Rodrigues (PT). Contudo, de acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, a ida dos tucanos para a bancada do governo estaria condicionada a uma “rejeição” de Bruno Reis (União) às condições impostas pela sigla.

Articuladores do PSDB indicaram ao Bahia Notícias que a “prioridade” da legenda é compor a base do prefeito de Salvador. Porém, em caso de negativa de Bruno Reis, o partido estaria “livre” para abrir conversas com o governador Jerônimo. “O PSDB está à disposição para ficar com Bruno, mas depende dele”, indicou um articulador da sigla.

Dentro do PSDB há cúpulas insatisfeitas com o atual espaço fornecido pelo prefeito ao partido. Membros da sigla afirmaram que na verdade houve um “rebaixamento” após a saída de Marcelo Oliveira da Secretaria Municipal de Educação (Smed) para poder indicar o titular da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), Rodrigo Alves.

“Você tinha uma Secretaria de Educação, com autonomia para fazer obra e fazer política e hoje você tem uma secretaria pasta pura”, discorreu um interlocutor do partido. Em outra ponta, um tucano apontou que a chegada de Alves a Semge atende a uma reivindicação de espaço feita pelo próprio Adolfo Viana, já que Marcelo Oliveira não entraria na cota do cacique.

Agora, com a chegada de Muniz, o andamento da federação com o Podemos e a “ameaça” de negociação com Jerônimo, o PSDB enxerga que pode pressionar Bruno Reis a abrir mais espaço ao partido dentro da gestão.

“O PSDB hoje tem 13 deputados, com a federação, com Podemos e Cidadania vamos para 36. Passa a ser o maior partido aliado de Bruno. Vamos passar de 13 para 36 e temos o presidente da Câmara. A gente vai ter o mesmo tratamento? Bruno vai entender a importância do PSDB para sua reeleição? A pergunta é essa”, disse um articulador.

Em contato com o Bahia Notícias, uma outra liderança do PSDB afirmou que há a intenção de retomar a Smed, como forma de “ampliar o espaço no governo”. Contudo, ela também indicou que as conversas com a prefeitura de Salvador ainda não foram iniciadas para os repasses das “condições” do partido para integrar a base de Bruno Reis.

A “CARTA BRANCA” DE MUNIZ

Membros do PSDB afirmaram que Muniz chegou ao partido com “carta branca” para atuar na legenda e, também, com a presidência da executiva municipal garantida. Os tucanos asseguraram que, mesmo com eventual oposição a Bruno Reis nas eleições de 2024, o presidente da CMS possui permanência garantida dentro do PSDB, contando com apoio da executiva estadual, liderada por Adolfo Viana.

As lideranças da legenda também afirmaram que Muniz será o responsável por conduzir o processo de integração, ou não, para a base de Bruno Reis, “sem riscos” de deixar a liderança da legenda em Salvador.

“Se ele não apoiar, não apoiou, paciência. Ele vai liderar esse processo. Muniz vem com carta branca, por isso que ele diz que pode não apoiar, e com apoio da executiva”, discorreu.

Fonte: Bahia Notícias

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