Família acusa hospital na Bahia de negligência médica e violência obstétrica após morte de bebê

Família acusa hospital na Bahia de negligência médica e violência obstétrica após morte de bebê — Foto: Reprodução/TV Subaé

A família de Levi Ribeiro de Jesus Santos acusa o Hospital da Mulher, em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador, de negligência médica e violência obstétrica após a morte do bebê.

O menino nasceu no dia 10 de junho e morreu no domingo (25), quando completou 15 dias entubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde.

Os familiares de Levi Santos acusam o hospital de ter forçado o parto normal. Segundo o pai do bebê, Jairo Silva Santos, a mãe do menino, Michele Ribeiro não tinha passagem, e chegou a ficar com o órgão genital machucado durante o parto.


"Está sendo muito difícil, porque a gente fez todo planejamento para esperar nosso filho, todo acompanhamento foi feito, a gente lutou por ele, queria a saúde dele e fez de tudo para ele ser uma criança saudável", desabafou o pai do menino.


"Infelizmente, por conta de uma negligência, não sei qual foi o motivo que levou essa médica a fazer isso, mas ele infelizmente não resistiu".


Conforme a autônoma, Sirlene Lopes Correia, ex-cunhada da mãe de Levi, Michele contou para os médicos que tinha sido orientada a fazer o parto cesáreo, porque ela tem platinas nas pernas e braços, por causa de um acidente de trânsito.


"Michele sempre falando que queria o parto cesáreo, que sentia muitas dores na hora que induziram o parto dela. Michele tem platinas nas pernas e no braço por causa de um acidente de trânsito, que ela sofreu há alguns anos".


"Ela não tinha força para ter um parto normal", contou.

Segundo Sirlene Correia, quando a Michele já não conseguia mais fazer força, uma outra médica entrou na sala e puxou o bebê.

"Quando ela disse que não estava mais aguentando, que não tinha mias forças, foi que cortaram ela para ver se ajudavam a tirar o bebê. Mandavam Michele fazer força, mas ela não conseguia".

"Quando chamaram a segunda médica e puxaram o Levi. Ele já saiu praticamente sem vida", relatou a tia de Levi.

O pai do menino ainda contou que os médicos fizeram um exame que constatou lesão na cabeça do bebê. Jairo Santos disse que um dos funcionários do hospital afirmou que o problema foi causado no parto.

"Isso deixa um sentimento de revolta, porque não foi uma coisa provocada por mim e pela mãe. Foi eles, negligência deles, não sei o motivo, se foi financeiro, só Deus que pode nos dar essa resposta".

O que diz o hospital

Em nota, a direção da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, responsável pela gestão do Hospital da Mulher, lamentou o caso e disse que presta solidariedade à família.


"Assim que tomamos conhecimento, iniciamos imediatamente uma análise minuciosa dos fatos, em conjunto com a diretoria técnica da unidade. Nesse sentido, estamos estudando atentamente os relatórios médicos e demais informações pertinentes, a fim de compreender plenamente o que realmente ocorreu nesse lamentável episódio", disse em nota.


A direção da unidade afirmou ainda que para garantir transparência e imparcialidade na investigação do caso, a Fundação Hospitalar autorizou a abertura de uma sindicância, que foi publicada na edição desta terça-feira (27) do Diário Oficial Eletrônico do Município.


"A sindicância contará com a participação de profissionais competentes e isentos, visando uma apuração rigorosa e justa. Reforçamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar dos pacientes, bem como com a qualidade dos serviços prestados pelo Hospital da Mulher", pontuou.

Apesar do hospital ter dito que prestou apoio aos familiares, o pai da criança contou que ele e a esposa não foram procurados pela unidade.


"Não me disseram nada, não me procuraram em momento algum, nem para serem solidários. Essa notícia aí de apoio é tudo mentira, isso aí eles estão divulgando através de redes sociais, mas eles não nos procuraram e deram assistência em momento algum", contou.

"Eu já solicitei o prontuário médico e até agora não fui atendido. Estão nos machucando até os dias de hoje".

Fonte: g1 Bahia

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