Independência do Brasil é tema de projeto que reúne 100 estudantes da rede pública de Jacobina em acampamento educativo até 2 de julho


Adolescentes de Jacobina participam de projeto que levará 120 alunos e professores brasileiros para intercâmbio em Portugal

É exaltando personagens como Maria Felipa, Maria Quitéria, a Cabocla e o Caboclo, fundamentais para a independência da Bahia, e tantos outros nomes não celebrados da independência do país, que o projeto “Era Uma Vez…Brasil” conta uma História diferente para estudantes de escolas públicas da Bahia e de outros três estados brasileiros.

Acontecendo desde o início do ano, a iniciativa reunirá esta semana, de 26 de junho a 2 de julho, cem alunos da rede municipal de ensino de Jacobina em um acampamento educativo imersivo, parte da etapa ‘Campus’, segunda fase do projeto que levará, em novembro, 120 estudantes e professores brasileiros para um intercâmbio cultural de 10 dias em Portugal.

Esta semana, durante sete dias, os alunos participarão de oficinas de audiovisual, nas áreas de interpretação, roteiro, som e fotografia, além de vivências afro-brasileiras no Quilombo Barra Dois, em Morro do Chapéu, e de vivências indígenas com indígenas da etnia Kiriri. A etapa imersiva acontece no Colégio Municipal Doutor Marcos Jacobina, que fica no distrito de Caatinga do Moura.

Voltado para estudantes e professores de História do oitavo ano da rede pública de ensino, o “Era Uma Vez…Brasil” chega à sua sétima edição em 2023 trabalhando o recorte temático “Mais do que o Ipiranga: as independências de outros Brasis”. A iniciativa desenvolve atividades de arte-educação durante todo o ano letivo das escolas municipais, impactando alunos e professores.

“Acabamos de completar 200 anos de independência e, motivados também por isso, queremos sair da imagem engessada que todos têm desse momento, de Dom Pedro I, homem heroico, que em cima de um cavalo branco levanta uma espada e proclama a independência. Buscaremos lançar luzes às pessoas e narrativas negligenciadas pela historiografia cristalizada sobre o tema. Destacar a história de mulheres e homens, negros e indígenas, que lutaram pela emancipação do Brasil nas mais variadas regiões do país, e que não tiveram o devido reconhecimento”, explica Mayara Santos, curadora do projeto, sobre a nova proposta pedagógica deste sétimo ano de “Era Uma Vez… Brasil”.

Para viabilizar atividades durante todo o ano letivo, a iniciativa conta, em Jacobina, com patrocínio da Jacobina Mineração, além da parceria da Secretaria Municipal de Educação. O “Era Uma Vez… Brasil” conta com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.

FILMES E IMERSÃO
Segunda e uma das mais intensas etapas do projeto, o “Campus de arte-educação” tem como resultado dos sete dias de imersão a produção de curtas-metragens inspirados pela temática do projeto. Esses filmes são inteiramente roteirizados, produzidos, filmados e interpretados pelos cem alunos participantes. O material é resultado das oficinas de audiovisual e de todo o processo absorvido nesta e na etapa anterior do projeto, a “Fatos Históricos”, desenvolvida de março a junho. A produção desses curtas-metragens e o desempenho individual de cada adolescente são decisivos para a seleção dos nomes que seguirão em novembro para a próxima etapa do projeto: a viagem para Portugal. O anúncio dos estudantes que irão para o intercâmbio acontecerá em agosto, durante um evento realizado em Salvador.

MAIS DE 4,4 MIL INSCRITOS NO BRASIL

Na Bahia, a iniciativa alcançou a marca de 1.341 alunos inscritos e mobilizou 88 professores de História de 73 escolas das cidades de Jacobina, Salvador e Mata de São João.

Em 2023, o projeto cresceu e chegou também ao Ceará. Com isso, passou a mobilizar, simultaneamente, as redes de ensino de quatro estados e 11 cidades brasileiras. Ao todo, foram mais de 4,4 mil estudantes inscritos em todo o país. Além de Salvador, Mata de São João e Jacobina, na Bahia, o “Era Uma Vez.. Brasil” acontece em Lençóis Paulista, Macatuba, Ribeirão Preto e Serrana, em São Paulo; Recife e Belo Jardim, em Pernambuco; e Santa Quitéria e Itatira, no Ceará. Em novembro, o projeto levará mais de 120 brasileiros, entre alunos e professores de escolas públicas, para a Europa.

“Nosso foco é valorizar a perspectiva dos povos indígenas e africanos na formação identitária histórica e cultural do Brasil, exaltando a ancestralidade, diversidade, pluralidade, multiplicidade e trabalhando conceitos importantíssimos como antirracismo, afrocentricidade, indigenismo e ecossocialismo em todas as etapas do projeto”, destaca Marici Vila, diretora executiva da Origem Produções, empresa idealizadora do “Era Uma Vez…Brasil”.

Em seis anos consecutivos de projeto, foram beneficiados mais de 13 mil adolescentes de 434 escolas públicas localizadas em 29 municípios nos estados da Bahia, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro.


Foto: Divulgação

Fonte: Jacobina 24 Horas

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