Juiz acusa ex-vereador de agressão em boate gay de Salvador

Caso ocorreu na madrugada deste domingo (16). Boletim de Ocorrência foi aberto/Reprodução/Redes Sociais

O juiz Mário Soares Caymmi Gomes, da 12ª Vara das Relações de Consumo em Salvador, usou as suas redes sociais para um episódio que passou na madrugada de domingo (16) em uma boate em Salvador. O magistrado diz que o autor das agressões foi o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Mata de São Joao, Agnaldo Cardoso.

Em conversa com o BNews, o juiz reafirmou as agressões e que ninguém dentro da boate tentou impedir o caso. Até que um funcionário do estabelecimento se colocou entre os dois. Em seguida, o edil teria sido segurado por amigos.

"Eu não tive nenhuma discussão com ele. Inclusive, eu nem sabia que ele estava no local. Eu estava sozinho. Eu estava lá há mais ou menos uma hora, quando teve uma pessoa passando por mim, me puxando pela camisa, rasgando a minha camisa todo e, naquela barulheira, me dizendo: 'você não fale o meu nome, senão você vai ver'. Eu não sabia quem estava fazendo aquilo, quando resolvi olhar direito e vi que era o Agnaldo",

Para o Mário Gomes, o vereador teria o agredido por conta ele ter mencionado, em uma entrevista concedida a uma rádio deu no início do mês de maio, um edital aberto em janeiro em que eram dedicadas três vagas de direito para pessoas trans e binarias e, caso as vagas não fossem preenchidas, essas iriam para outros membros da comunidade LGBTQIAP+. O edital acabou sendo suspenso.

"Na oportunidade, eu disse que é triste saber que um homem gay, que não conhece ou que tem medo de se assumir no seu ambiente de trabalho, reforce essa pauta prejudica a comunidade que ele mesmo faz parte", disse o juiz. Ele acrescentou que não citou o nome do vereador na oportunidade.

Mário disse que após as agressões permaneceu na boate por mais trinta minutos tentando encontrar com Agnaldo para conversarem sobre o caso. O juiz disse que o vereador estava acompanhado por "mais três ou quatro amigos" e, ao encontrar um colega para comentar sobre o caso, o edil apareceu ao seu lado dizendo: "Eu quero ouvir o que vai falar com ele".

O juiz disse que percebeu que Agnaldo o acompanhava dentro da boate e decidiu deixar o local e se dirigir para uma delegacia para registrar a um Boletim de Ocorrência contra o vereador. No documento, Mário pede que as imagens das câmeras de segurança sejam disponibilizadas para confirmar a sua versão.

"Ainda bem que foi na boate, porque existe uma revista na entrada. E se fosse na rua? Eu não sei se essa pessoa anda armada. Podia ter acontecido algo pior", disse.

O juiz disse que não foi procurado pelo vereador para pedir desculpas

O BNews tentou entrar em contato com o vereador, mas até o momento da publicação não obteve resposta.

Fonte: BNews


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