Foto: Jovem Pan |
Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid vai detalhar a relação de Jair Bolsonaro (PL) com veículos de imprensa aliados do ex-presidente, com destaque para a Jovem Pan.
Segundo a Folha de S. Paulo, o ex-ajudante de ordens também vai contar sobre financiamento a jornalistas e donos de órgãos de imprensa ligados à extrema-direita para que eles aumentassem sua estrutura em troca de divulgação positiva do governo Bolsonaro. A defesa do militar destacou que ele apresentará comprovantes de pagamentos para provar as alegações.
Conforme o jornal, Cid vai contar como ajudava o ex-presidente a marcar entrevistas com a Jovem Pan e dará detalhes de seu contato direito com comentaristas e repórteres para alinhar discursos. Muito próximo da emissora, Bolsonaro concedeu diversas entrevistas, sobretudo ao programa Pânico, comandado por Emílio Surita.
Em agosto de 2022, durante a campanha eleitoral, o ex-mandatário foi pessoalmente à sede da empresa, em São Paulo, onde conversou por 2h30 com o elenco do humorístico. Em setembro do mesmo ano ele participou do Morning Show.
De acordo com informações públicas da Secretaria de Comunicação Social da presidência da República (Secom), durante os quatro anos do governo Bolsonaro, a Jovem Pan firmou contratos com a União que somam R$ 18,8 milhões, isso sem contar com publicidade de bancos e estatais como a Petrobrás. Com o volume, a emissora figurou como 12ª empresa com mais verbas de publicidade federal na gestão passada.
Segundo o jornal, a ideia da defesa de Mauro Cid é provar que o ex-ajudante de ordens tinha conhecimento de tudo que ocorria ao redor de Jair Bolsonaro, durante o mandato do ex-presidente, incluindo divulgação de fake news e financiamento de mídia alternativa.
Fonte: Bahia. Ba
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