Em um vídeo gravado na manhã desta sexta-feira (08), o prefeito da cidade de Caldeirão Grande, a 340km de Salvador, relata momentos de tensão sofrido por um trabalhador da cidade na noite do feriado 7 de Setembro, às 20h.
Candinho Guirra explica que um cidadão de bem, conhecido como Cebolão, estava conduzindo a moto sem capacete e foi abordado por policiais militares, que o algemaram, jogaram no chão e colocaram no fundo do camburão da viatura até a cidade de Jacobina, em média 1h de distância. Ele conta que o filho do trabalhador ficou preocupado e perguntou o que estava acontecendo, sem respostas, teve a arma apontada para cabeça.
No vídeo, o prefeito que está ao lado do pai e do filho, disse que iria denunciar a ação truculenta junto à corregedoria da Polícia Militar. Também será registrado o boletim de ocorrência na Polícia Civil e o gestor quer a divulgação das imagens das câmeras de segurança.
Candinho relata que constantemente policias militares cometem excessos, invadem casas e jogam produtores rurais e alimentos no chão, com truculência e arrogância. “A população da cidade de Caldeirão Grande está amedrontada diante das ações dos policiais militares”, disse.
Em nota, a PM diz que guarnições da 24ª CIPM, realizavam rondas na cidade de Caldeirão Grande, quando observaram um indivíduo pilotando uma moto sem capacete. Ao proceder com a abordagem, o homem hostilizou e xingou os policiais. Os pms deram voz de prisão e o indivíduo, que tinha sinais de embriaguez, desobedeceu a ordem e resistiu à prisão, sendo necessário o uso das algemas para controla-lo. Ele foi imobilizado e encaminhado para a delegacia de Jacobina, onde a ocorrência foi registrada.
Relembre outros casos
Em agosto deste ano, a comunidade quilombola do município de Caldeirão Grande, localizado no Território de Identidade Piemonte Norte do Itapicuru, denuncia uma ação da Polícia Militar, onde agentes invadiram e reviraram pelo menos cinco casas na região. Em vídeo enviado ao Informe Baiano, é possível ver alimentos, roupas e móveis jogados pelo chão de uma residência.
Ainda conforme a denúncia, os agentes dispararam contra um veículo que, segundo moradores, seria o “único socorro à comunidade”.
“A Associação dos Quilombolas de Baraúna pede socorro. Os policiais vem à procura de droga ou alguém, invadem as casas dos pais de família, pegam alimentos que a pessoa passa o ano sofrendo esperando chuva e fazem isso. Misturam os alimentos na areia, quebram tudo, destroem tudo”, relatou um rapaz em um vídeo.
“Os moradores pedem uma providência. Sabemos que a corporação não trabalha desse jeito, invadindo casas de pais e mães de famílias”, disse. “Agora está o povo pegando o alimento no chão que nem migalhas. A pessoa passa dez anos para construir alguma coisa em seu lar, para dar um conforto à sua família, ai a polícia e destrói tudo. O povo quilombola aqui em Baraúnas está sofrendo com isso”, completou.
“Nossa documentação precisamos colocar no sol para ver se seca. Ainda sumiram com cartões do Bolsa Família. O único veículo que é um socorro na roça foi todo perfurado de balas. Como se tivesse numa troca de tiros. Tem necessidade disso?”, questionou o morador.
Nota da Polícia Militar:
De acordo com informações da 24ª CIPM, os moradores da residência que aparece no vídeo estiveram na sede da unidade e negam que policiais militares tenham estado no local, ou sequer que PMs tenham danificado o imóvel ou efetuado disparos.
Ainda segundo as pessoas, o vídeo não foi gravado por eles, sendo orientados pela PM a registrar o ocorrido junto à delegacia de Polícia Civil que atende à região.
A 24ª CIPM, por sua vez, instaurou um inquérito para apurar a suposta invasão ao imóvel que teria sido realizada por integrantes da corporação, bem como identificar os autores das denúncias atribuídas a policial militar.
Fonte; Informe Baiano
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