Casal de médicos tem filho gerado pela mãe de um deles: ‘Veio mostrar que o amor sempre vence’


Casal homoafetivo vai ser pai de criança gerada pela mãe de um deles no Ceará. — Foto: HSJ/Reprodução

Nasceu na última quinta-feira (7) o pequeno Levi, filho dos médicos Luan Victor Lima e Bruno Pinheiro, que foi gestado na barriga da mãe de Luan, Nágela Almeida, que tem 57 anos. Nágela foi a barriga solidária do casal, que pôde realizar o sonho da paternidade.

“Sem palavras para esse momento. Levi mesmo prematuro nasceu sem nenhum problema e já estamos em casa. Felicidade é pouco. Só bênçãos”, escreveu a avó da criança. “Mãe, eu te amo mais que tudo nesse mundo!”, respondeu Luan, filho de Nágela.

De acordo com a família, o pequeno Levi nasceu cerca de uma semana antes do previsto, mas já no dia seguinte ao nascimento, na sexta-feira (8), recebeu alta hospitalar e foi para casa.

O pequeno Levi nasceu um pouco antes do esperado, mas cheio de saúde — Foto: Arquivo pessoal


Em casa, a família preparou uma recepção com tema de Harry Potter para acolher o mais novo membro. De acordo com o casal, o nome da criança, Levi, foi escolhido por Bruno e significa “ligado, unido ou vinculado a alguma coisa ou alguém”.

“Levi veio para mostrar que o amor sempre vence”, disse Luan ao g1.

Paternidade era sonho antigo do casal
Luan Victor e Bruno se conheceram no Hospital São José (HSJ), em Fortaleza, na época da residência médica em infectologia, em 2019. Nágela sempre soube do desejo de Luan de ser pai e também sempre sonhou em ser avó.

Com isso, ela realizou inúmeros exames e reuniu diversos relatórios médicos; entre eles, ginecologista, cardiologista, endocrinologista e psiquiatra, entre outros especialistas — para apresentar ao filho, comprovando que ela poderia ser a barriga solidária e gerar o filho do casal.

Bruno e Luan compartilhavam o sonho da paternidade, e se tornaram pais do pequeno Levi — Foto: Arquivo pessoal

“Tomei um susto e achei que ela estivesse ficando louca. Passei semanas processando a ideia até concordar e decidir buscar a opinião de um médico especialista em fertilização”, disse Luan.

Para a fertilização in vitro, Luan e Bruno buscaram o óvulo de uma doadora anônima e usaram seus espermatozoides. O embrião foi gerado em laboratório e, posteriormente, transferido para o útero de Nágela.

A notícia causou comoção entre amigos e familiares dos dois médicos.

“Foi algo incrível ver que o nosso sonho e a nossa felicidade contagiou a todos, inclusive inspirando outras pessoas”, relatou Luan.

Filho do casal foi nomeado como “Levi” — Foto: HSJ/Reprodução

Nágela tinha 56 anos quando começou o processo de fertilização para ser a barriga solidária do filho e do marido dele.

Ela já estava com 6 meses de gravidez quando a família viveu mais um momento emocionante: no último dia 16 de setembro, Luan e Bruno casaram oficialmente.

Desde o casamento, os dois passaram a se dedicar exclusivamente à preparação para receber Levi, providenciando o enxoval e preparando a casa.

“A paternidade é um grande sonho para nós, somos muito ligados à família, e um filho irá deixar nossa ligação ainda mais forte”, destacou Bruno.

O sonho de ser pai é tão grande que os dois não pretendem parar por aí. “Estamos na fila da adoção, mas sabemos que não é algo rápido. O Levi terá irmãos!”, projetou Luan.

Útero solidário
A possibilidade de construir uma família sempre foi tema de conversa entre os médicos desde o início do relacionamento. Há um ano e meio, a vontade cresceu ainda mais, e os dois deram início ao processo de adoção de uma criança.

“Participamos de todas as etapas, hoje estamos habilitados e na fila da adoção. Porém, sempre pensávamos na ideia da fertilização, mas esbarrávamos na questão do útero solidário”, explicou Bruno.

No Brasil, as regras para Cessão Temporária de Útero estão descritas na Resolução de número 2168/2017 do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Entre as normas previstas no documento, estão a de que “a doação não poderá ter caráter lucrativo ou comercial” — por isso o nome popular de “barriga solidária” — e a de que “a cedente temporária do útero deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau”.


Fonte: Calila Notícias

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