Por terem audição mais sensível, fogos podem resultar em trauma e até levar a óbito
Durante as tradicionais festas de fim de ano, como o réveillon, é muito comum as pessoas comemorarem soltando fogos de artifício. A luz e o barulho são uma atração à parte para os seres humanos, mas podem assustar, e muito, animais domésticos como cachorros e gatos ou até mesmo animais de grande porte como vacas, cabras e cavalos.
O médico veterinário Allan Rezende explica que o estouro dos fogos gera estímulos, tanto auditivos, quanto visuais, que impactam muitos mais os animais do que os humanos. “Esse tipo de artefato provoca um estímulo muito grande para os animais, pois eles têm uma sensibilidade auditiva muito maior. Eles se sentem ameaçados, provocando transtornos, deixando-os assustados, agitados e com medo”, alertou o doutor em Biotecnologia e professor do curso de Medicina Veterinária da Ages, instituição integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima.
Assustados, os animais apresentam algumas características, como postura abaixada, rabo encolhido, tremores e buscam, principalmente, esconder-se em locais mais escuros e calmos. “Há um risco muito grande quando os fogos são soltos, pois temos animais com problemas no coração, com comorbidades e, quando há um estímulo maior, pode, inclusive, causar um óbito”, alerta o professor.
Para lidar com o problema, Rezende ensina que o tutor pode colocar o animal em um ambiente fechado e isolado, fechar as portas, colocar lençóis ou toalhas nas janelas para minimizar o barulho e deixar o local o mais confortável e tranquilo possível. Outra dica é ligar o ventilador ou ar-condicionado para abafar o barulho externo provocado pelas explosões.
“Podem ser utilizadas algumas medicações, mas somente com prescrição do médico veterinário. Muitos medicamentos podem trazer reações adversas, principalmente no caso de animais que já possuem alguma doença, pois eles podem ter algum tipo de reação ainda mais prejudicial”, acrescentou o médico veterinário.
Para os animais de grande porte, como cavalos, porcos, cabras, muito comuns em cidades do interior, Rezende pontua que o uso de medicamentos é uma medida mais complexa a ser adotada devido à grande quantidade de animais e a dosagem que precisaria ser significativa. “Aí, a terapêutica que se pode aplicar é distanciar esses animais dos locais barulhentos, levá-los para outros locais mais tranquilos, se possível”, finalizou o professor da Ages.
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