PF faz megaoperação contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

Fonte: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis, para investigar organização criminosa que atuou em uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito a fim de obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos alvos.

Além dele, estão na mira da PF o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto; o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno; e os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil) e Anderson Torres (Justiça). Dos alvos, ao menos 16 são militares.

Segundo a coluna de Igor Gadelha, foram presos Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, e o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência e atual segurança do ex-presidente contratado pelo PL. Segundo fontes da PF, Martins foi preso em Ponta Grossa (PR).

Além dos dois, também foram presos Bernardo Romão Corrêa, coronel do Exército, e Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.

A PF deu 24 horas para que Bolsonaro apresente o passaporte. Agentes foram à casa onde ele se encontra, em Angra dos Reis, no litoral do Rio.

Ao todo, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, nas seguintes unidades da Federação: Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Atuação nas eleições
Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que políticos e militares se aliaram para uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O objetivo, segundo as apurações, era manter Jair Bolsonaro (PL) no poder e colocar em dúvida o resultado das eleições realizadas em 2022.

As diligências apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

O primeiro eixo constituiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação de que a urna eletrônica poderia ser adulterada, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um suposto golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

Os fatos investigados configuram, em tese, crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Fonte: Metrópoles

Foto: Hugo Barreto


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