A víbora azul do Butantan batizada em homenagem a Rita Lee |
Uma víbora azul que havia sido resgatada em janeiro do ano passado, em Eunápolis, foi batizada com o nome de Rita Lee em homenagem à cantora, que tinha grande ligação com as cobras. A serpente, da espécie Trimeresurus insularis, está no Museu Biológico do Instituto Butantan, onde chegou no dia 14 de junho de 2023, pouco mais de um mês depois do falecimento da cantora, em 8 de maio. A espécie é proveniente de ilhas da Indonésia, na Ásia.
APREENSÃO – Única serpente azul do gênero, ela foi resgatada em Eunápolis no dia 17 de janeiro, com outros 59 répteis que estavam sendo transportados ilegalmente, e em condições precárias, dentro de um ônibus que saiu de São Paulo. Eles seriam levados para Feira de Santana.
Os répteis foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal na BR-101 e levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres de Porto Seguro. De lá, alguns foram transferidos para o Instituto Butantan, onde passaram por um período de quarentena até se instalarem no Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan.
A cor azul vibrante pode ajudar o animal a se camuflar e escapar de predadores |
Segundo a pesquisadora científica e coordenadora de manutenção animal do museu, Silvia Cardoso, um casal de Trimeresurus insularis foi transportado para o Butantan, mas a fêmea chegou em situação ainda mais precária e morreu dois dias depois, restando apenas o macho.
COR INCOMUM – A Trimeresurus insularis tem olhos vermelhos, mede apenas 65 centímetros e pesa pouco mais de 60 gramas. A ocorrência da cor azul entre as víboras-de-lábios-brancos é considerada incomum, já que a maioria delas é esverdeada. “Esse padrão ocorre somente em algumas ilhas da Indonésia”, explica o biólogo e herpetólogo do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan Francisco Luís Franco.
Coordenadora de manutenção animal do museu, Silvia Cardoso, foi responsável por montar o novo lar da Trimeresurus insularis |
Trata-se de uma espécie arborícola, por isso tem preferência em ficar no topo das árvores e raramente desce ao chão. À noite, também se alimenta de pequenos mamíferos, anfíbios e lagartos. Por ter a cauda preênsil, consegue se pendurar em galhos e segurar as presas impedindo-as de escapar.
SERPENTE VENENOSA – O veneno dessa serpente tem ação local, mais parecido com o das jararacas, e não tem efeito neurotóxico, que afeta o sistema nervoso, como da cascavel. No entanto, o envenenamento causado pela picada da Trimeresurus insularis pode causar grandes danos à saúde, como hemorragias e necrose.
O veneno da serpente Rita Lee pode causar hemorragias e necrose da pele |
Outro problema é que o soro contra esse veneno não está disponível no Brasil, já que a espécie é exótica.
RITA LEE – As cobras estiveram presentes em diversos momentos da carreira de Rita Lee, que tinha grande ligação com os animais em geral e com a natureza. Um deles foi em 1974, em um show de Alice Cooper, em São Paulo, quando a cantora ficou indignada ao ver o roqueiro maltratando duas jiboias que faziam parte do show e as levou embora do backstage.
Rita Lee também já se vestiu de cobra para cantar um de seus maiores hits, a música Erva Venenosa, que faz referência ao veneno da cascavel.
Fonte: Radar News
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