Irã lança ataque com drones contra Israel, que diz estar ‘preparado’


O Irã lançou neste sábado, 13, um ataque com drones “a partir de seu território” contra Israel, em uma escalada de consequências imprevisíveis das tensões regionais, anunciou pela televisão o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari.

Israel afirmou estar trabalhando em conjunto com os Estados Unidos para “interceptar” os drones iranianos. Um oficial militar israelense disse que foram lançados mais de 100 drones em direção a Israel, alertando que mais “ondas de drones” podem vir da República Islâmica.

Os Guardiães da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica do Irã, confirmaram um ataque em andamento. “Em resposta aos numerosos crimes cometidos pelo regime sionista, incluindo o ataque à seção consular da embaixada da República Islâmica do Irã em Damasco e o martírio de um grupo de comandantes e assessores militares de nosso país na Síria, a força aérea da Força Aeroespacial do Corpo de Guardiães da Revolução Islâmica disparou dezenas de mísseis e drones contra alvos específicos dentro dos territórios ocupados”, afirmou o canal estatal, citando o departamento de relações públicas dos Guardiães.

Jordânia e Iraque fecharam seus espaços aéreos, e Israel indicou que faria o mesmo a partir das 21h30 GMT (18h30 de Brasília).

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia garantido pouco antes do início do ataque que Israel estava “preparado para qualquer cenário, tanto em defesa quanto em ataque”. Acrescentou ainda que Israel contava com o apoio dos Estados Unidos e “de muitos outros países”.

Os Estados Unidos, por sua vez, disseram que é “provável que esse ataque se desenrole ao longo de várias horas”. O presidente dos EUA, Joe Biden, que na sexta-feira alertou o Irã contra o ataque a Israel depois de dizer que tal cenário parecia iminente, prometeu apoiar Israel contra o Irã, disse a Casa Branca.
Irã chama operação de ‘Promessa Honesta’

O Irã prometeu retaliação pelo que chamou de ataque israelense ao seu consulado em Damasco, em 1º de abril, que matou sete oficiais da Guarda, incluindo dois comandantes seniores, e disse que seu ataque foi uma punição por “crimes israelenses”. Israel não confirmou nem negou a responsabilidade pelo ataque ao consulado.

A operação, chamada de “Promessa Honesta”, foi “lançada com a aprovação do Conselho Superior de Segurança Nacional e sob a supervisão do Estado-Maior Geral das Forças Armadas”, declarou a televisão, indicando que os detalhes seriam em breve “divulgados ao heroico povo iraniano e aos combatentes da liberdade de todo o mundo”.

Minutos após o início da operação, a conta na rede social X do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, voltou a publicar uma mensagem afirmando que “o regime diabólico será punido”.

Em 3 de abril, o aiatolá declarou que Israel receberia “uma bofetada” após o bombardeio, atribuído pelo Irã ao Estado hebreu, contra o consulado iraniano em Damasco, no qual foram mortos dois dias antes sete membros dos Guardiães da Revolução, incluindo dois generais da Força Quds, seu braço de operações externas.

Escalada da tensão na região
A Síria, aliada do Irã, disse que estava colocando os seus sistemas de defesa terra-ar em torno da capital e das principais bases em alerta máximo, disseram fontes militares locais.

A guerra de Gaza entre Israel e o Hamas, agora no seu sétimo mês, aumentou as tensões na região, estendendo-se a frentes com o Líbano e a Síria e atraindo fogo de longo alcance contra alvos israelenses de lugares tão distantes como o Iêmen e o Iraque.

Esses confrontos ameaçam agora transformar-se num conflito direto e aberto que oponha o Irã e os seus aliados regionais a Israel e ao seu principal apoiante, os Estados Unidos.
Fonte: IstoÉ

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