Uma semana após o acidente de avião da VoePass, em Vinhedo, São Paulo, as investigações acerca da tragédia seguem em andamento. A Força Aérea Brasileira (FAB), através do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), é a responsável pelas apurações, além da Polícia Civil de São Paulo e da Polícia Federal (PF). O processo pode levar meses e passa por etapas de perícia, elaboração e apresentação de relatório, além de avaliação de causas e responsabilidades.
Caixas-pretas
Segundo o Cenipa, os investigadores recuperaram 100% das caixas-pretas do avião, que contém gravações de voz e dados de voo, e um relatório preliminar deve ser apresentado em 30 dias. O gravador de voz da cabine do avião (Cockpit Voice Recorder) e o gravador de dados de voo (Flight Data Recorder) foram encaminhados ao Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo em Brasília.
A PF aguarda a produção de laudos sobre o local da queda da aeronave, para iniciar as oitivas com funcionários da empresa e testemunhas de pessoas que presenciaram o acidente.
Vítimas
Na última quarta-feira (12), o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo finalizou a identificação dos 62 corpos das vítimas do acidente. Os passageiros faleceram de politraumatismo, com as queimaduras sendo secundárias aos traumas, conforme informações divulgadas na entrevista coletiva da Polícia Científica. A instituição disse ser muito provável que nenhuma das 62 vítimas tenha enfrentado qualquer tipo de sofrimento.
VoePass
As informações sobre as condições do avião da VoePass passam por regulações e problemas anteriores de funcionamento. A aeronave operava com autorização para deixar de gravar oito informações de voo na caixa-preta. A companhia aérea foi autorizada por uma licença temporária de 18 meses concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), deferida em 1° de março de 2023.
A formação de gelo nas asas da aeronave tem sido uma das hipóteses levantadas por especialistas que poderiam explicar a queda da aeronave. Durante uma coletiva de imprensa realizada no dia do acidente, os representantes da VoePass afirmaram que a aeronave modelo ATR-72 possuía uma sensibilidade maior ao gelo. “A aeronave tem características de voo que a tornam um pouco mais sensível em situações de gelo. Nenhuma hipótese é descartada nesse momento. O Cenipa já está em ação e nós estamos lado a lado para prover todas as informações e participando ativamente das investigações”, disse Marcel Moura, diretor de operações da VoePass.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que irá investigar a responsabilidade da empresa VoePass no acidente aéreo.
Atualizações do Cenipa
Um novo relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) aponta que a tripulação perdeu o controle da aeronave, diferente do que indicava documento inicial, onde foi informado que houve uma perda de altura súbita seguida de colisão ao solo.
Fonte: Metro 1
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