Detento aguarda atendimento hospitalar ao lado de agente penal |
Um detento do Conjunto Penal de Eunápolis, de 20 anos, foi submetido a uma cirurgia, na última sexta-feira (20), após ter sido obrigado a engolir um aparelho celular durante revista na unidade prisional. A inspeção nas celas ocorreu no dia 14 deste mês, dois dias depois da fuga de 16 detentos. Sentindo muitas dores, ele deu entrada somente na quinta-feira (19) no Hospital Regional, onde permanece internado.
A mãe do preso, que não quis se identificar temendo represálias, disse ao Radar News que o estado de saúde do filho é estável. Ele deve receber alta ainda nesta segunda-feira (23).
A mulher, de 37 anos, ressaltou que não foi informada pela direção do presídio sobre o que aconteceu com o filho. Ela só soube no sábado (21) que ele havia sido operado, por meio de outras pessoas. Questionada pela reportagem sobre quem teria obrigado o detento a engolir o aparelho, ela preferiu não se manifestar
TRATAMENTO DEGRADANTE – A mãe denunciou que, desde o resgate e fuga dos 16 detentos, na noite de 12 de dezembro, os demais apenados estão sendo submetidos a um tratamento degradante dentro do Conjunto Penal. A unidade, administrada em cogestão pela empresa Reviver, está sob intervenção e teve a direção afastada depois da fuga.
Segundo ela, “os [presos] que ficaram estão pagando pelos que fugiram”. A mulher revelou que os internos estão reclamando da comida escassa, da falta de horário para as refeições e de que estão dormindo no chão, sem colchão.
SAIDINHA TEMPORÁRIA – A mãe – que não quis se identificar temendo represálias-, contou que o filho está preso desde 1º de novembro de 2023, pelo crime de roubo. Há seis meses, ele progrediu para o regime semiaberto. De acordo com ela, o filho está na lista dos beneficiados com a saidinha temporária de final de ano.
DEFENSORIA FEZ RECOMENDAÇÕES À DIREÇÃO – Os relatos de maus-tratos já haviam chegado à Defensoria Pública do Estado da Bahia (DEP). Na quarta-feira (18), o órgão encaminhou uma recomendação ao diretor interventor do Conjunto Penal de Eunápolis, José Magno Alves Pinto, para que sejam adotadas medidas com vistas a resguardar a integridade física, psicológica e moral dos custodiados.
No documento, o defensor público do Estado, Fábio Sebastião Soares de Oliveira, recomendou que, em caso de eventuais agressões praticadas por agentes penitenciários contra os presos, seja realizada a identificação do lesionado e do agente responsável, bem como realizado exame de corpo de delito.
Fonte: Radar News
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